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27 de Julho de 2016 às 00:01

Pokémon Go uma campanha excecional

Nas últimas semanas, temos assistido a uma campanha verdadeiramente avassaladora do lançamento de um jogo, da Nintendo e da Niantic, o Pokémon Go, um jogo de realidade virtual aumentada para telefones inteligentes das plataformas iOS e Android.

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Um dos vetores da campanha, em Portugal mas noutros países também, tem sido a utilização inteligente das redes sociais e dos media para criar a sensação de moda, de fenómeno de massas gerando o sentimento em quem ainda não aderiu, mais de 90% da população, de que está a perder algo importante, de que não está a acompanhar o seu tempo, que está a deixar escapar uma experiência que para outros se está a revelar apaixonante e absorvente. Claro que, não se querendo deixar ficar para trás, o potencial cliente corre a obter mais informação e a comprar o jogo.

 

Interessante é perceber que a maioria dos "posts" não são elogios diretos ao produto, nem listas de benefícios, mas sim mensagens que parecem criticar o exagero com que alguns se apaixonam pelo produto, que caricaturam os jogadores entusiastas como os que atravessam ruas sem olhar só para capturar mais um esquilo.

 

Estas mensagens surgem aos olhos dos consumidores como independentes e, sendo fáceis de reproduzir de forma criativa por terceiros verdadeiramente independentes, autorreproduzem-se sem custos para o anunciante, que passa a ter criativos e meios gratuitos.

 

Quantos jornais não escreveram artigos sobre este jogo? Quantas pessoas criaram ou partilharam mensagens nas redes sociais sobre o Pokémon Go? Mesmo pessoas que não conhecem o jogo, que nunca o jogaram, entram neste outro jogo de o ajudar a difundir, de o ajudar a publicitar.

 

Mensagens independentes são mais facilmente absorvidas acriticamente pelos potenciais clientes que nelas não veem os verdadeiros intuitos comerciais.

 

O produto começou a ser lançado pela primeira vez este mês de julho em todo o mundo, mas percorrendo os media e as redes sociais, temos a impressão de que já se encontra à venda há muito tempo noutros países, o que não é o caso, e que devemos correr para apanhar um comboio já em movimento. Cria-se, assim, uma urgência na resposta, na compra do produto. É agora, ou fazemos figura de retardatários.

 

Uma campanha excecionalmente bem concebida e executada que está a ter os frutos desejados pela Nintendo. O Pokémon Go está a verder muito bem em quase todo o mundo.

 

Economista

 

Este artigo está em conformidade com o novo Acordo Ortográfico

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