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17 de Outubro de 2017 às 20:20

Por uma política ecológica

Constança Urbano de Sousa é, neste momento, um fantasma que assombra o MAI. Presume-se que está lá. Mas, na realidade, é um holograma.

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Depois de mais esta tragédia anunciada, pouco já interessa a sua presença como representante do museu de Madame Tussauds no Governo. É irrelevante. O que importa é aquilo que não se pode esquecer e que nem o didáctico relatório da Comissão Independente pode tornear. Este país continua a conviver com o precipício. Aquilo que se escutou, no meio das cinzas de pessoas, de animais e árvores e de economias familiares destruídas, não é aquilo que importa. Pode-se agora encontrar culpados e incompetências gritantes que são visíveis à primeira vista. Só que este país dorido espera respostas. E elas passam por uma questão simples. O ambiente e o sistema ecológico nacional nunca foram uma prioridade política dos partidos e de quem se sucedeu no Governo. Desde a destruição da agricultura em troca de milhões da União Europeia, que assistimos a este silêncio. Diz-se que a floresta é um activo económico, mas para lá desse lugar comum a classe dirigente está mais preocupada com o jogo político da intriga e da defesa dos grupos de interesses que comem do bolo do OE e garantem votos.

 

A resposta do Governo a esta crise foi lamentável. No próximo sábado terá uma última oportunidade para, além da lei de reforma da floresta e do relatório que se tornou a nova doutrina que tudo desculpa, enfrentar o desafio nacional que é mudar esta cultura de desprezo pela floresta que reina no país. E que, como os habitantes do interior, os animais e as árvores, não têm voz nos centros de poder, são sempre escondidos. Há questões fundamentais: porque é que há tantas ignições em Portugal, numa escala sem comparação com a Europa? Porque é que há duas décadas o dinheiro para a prevenção de fogos no OE é sempre o mesmo, enquanto cresce o do combate? Se o Governo não der no sábado um salto em frente, tornando o sistema ecológico uma prioridade nacional, Marcelo não ficará calado. Nem os portugueses.

 

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