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O irão e o futuro do Médio Oriente

Sabe-se que uma guerra contra o Irão seria devastadora. A Arábia Saudita não teria qualquer hipótese de a ganhar. Teria pois de ser conduzida pelos EUA e por Israel. Mas a que preço?

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A situação política no Médio Oriente é escaldante. Se as eleições no Líbano poderão aclarar algo no país dos cedros, parece evidente que o Irão se tornou o alvo a abater pelos Estados Unidos da administração Trump, por Israel de Benjamin Netanyahu e pela Arábia Saudita. Mas tudo está dependente da vontade de Trump de romper com toda a política de Barack Obama na região, a começar pelos acordos sobre o nuclear com o Irão, algo que deixa a União Europeia numa posição muito difícil.

 

Israel tem vindo a intervir na guerra síria, tendo atacado bases de mísseis aparentemente colocados pelo Irão e a tentativa do primeiro-ministro israelita de mostrar que o Irão continua a ter um programa nuclear faz parte dessa estratégia: pressionar Teerão, algo que poderá culminar num conflito de dimensões pouco vistas. O alinhamento entre Washington e Telavive é claro, como ficou demonstrado pela vista de Mike Pompeo a Jerusalém e a pouco divulgada ida do General Joseph Votel, o chefe do Comando Central do exército americano (que tem a responsabilidade da Síria e do Irão) a Israel. A escalada causou fricções mesmo entre Israel e a Rússia. A questão central é a influência iraniana na Síria, como aliada de Bashar al-Assad, às portas de Israel. Desde há meses que o exército de Israel tem como alvos militares e bases iranianas na Síria.

 

O Irão é também o alvo daquele que é considerado o verdadeiro ideólogo da aliança sunita na região, aparentemente liderada pela Arábia Saudita: Mohammed bin Zayed, de Abu Dhabi (Emiratos Árabes Unidos). Com problemas para estabelecer uma base permanente na Somália e na Líbia, onde os adversários de Khalifa Haftar (de regresso do hospital) e com os líderes de duas cidades em guerra, Misrata and Zintan, a reconciliarem-se, a estratégia dos EAU está a ser corroída. E a guerra no Iémen não dá sinais de ter fim. Ou seja, os ventos correm melhor para o Irão. A menos que Washington e Telavive decidam partir para a guerra.

 

Sabe-se que uma guerra contra o Irão seria devastadora. A Arábia Saudita não teria qualquer hipótese de a ganhar. Teria pois de ser conduzida pelos EUA e por Israel. Mas a que preço? Com uma União Europeia interessada em desenvolver os investimentos que tem feito no país, com uma China que tem um interesse particular no país e no seu desenvolvimento económico (é o principal parceiro comercial de Teerão) e a Rússia, que não quererá perder o seu principal aliado na região, o que poderá sair daqui? Esta semana poderá trazer-nos muitas respostas a estas questões.

 

Ásia: nova corrida às armas

 

Se há sinais de abrandamento do conflito na península coreana, o resto da Asia está a assistir a um nervosismo crescente. E isso reflecte-se numa nova corrida ao armamento. Sinal disso é a entrada da Índia no grupo dos cinco países que mais dinheiro destinam à compra de armamento e ao aumento do Orçamento do Japão com a Defesa, pelo sexto ano consecutivo. O orçamento indiano com a Defesa cresceu 5,5% para 63,9 biliões de dólares em 2017, ultrapassando o da França, e entrou para os cinco países que mais gastam segundo o estudo do Stockholm International Peace Research Institute (SIPRI). Os quatro países que mais gastam em Defesa são os Estados Unidos, China, Árábia Saudita e Rússia. Segundo o relatório o governo indiano planeia expandir e modernizar a sua capacidade operacional devido às tensões com a China e Paquistão. E segundo refere a SIPRI as tensões da China com os seus vizinhos estão a fazer aumentar esses gastos. Os novos mísseis indianos com capacidade nuclear podem agora atingir qualquer ponto da China, segundo o estudo.

 

Os maiores gastadores mundiais são os EUA e a China, que gastaram no ano passado, respectivamente 610 biliões de dólares e 228 biliões de dólares. O gasto da China é 3,6 superior ao da Índia. Em 2018, a China prevê aumentar os seus gastos com a defesa em 8,1%. A tensão entre a China e a Índia é conhecida, não apenas devido aos mares do Índico, que a Índia considerava sua zona de influência, mas também agora na fronteira de Doklam, nos Himalaias. Apesar de um resfriamento das tensões entre os dois países em Setembro depois de um encontro entre Xi Jinping e Narendra Modi, é claro que os dois países continuam a reforçar a sua força militar na fronteira conjunta. A Índia parece estar a apostar em novos porta-aviões e caças de combate.  

 

O estudo, apesar de referir que o Japão está em oitavo lugar nos gastos militares refere que que este ano vai haver um novo aumento, pelo sexto ano consecutivo, para 45,76 biliões de dólares. A China e a tensão na Coreia estão a contribuir para estas decisões.

 

China/Brasil: mais turismo

 

As acções a desenvolver para que o número de turistas chineses que anualmente visitam o Brasil aumente foi o tema de um encontro em Brasília entre o presidente do Instituto Brasileiro de Turismo (Embratur), Marcelo Lima Costa e o embaixador da China no Brasil, Li Jinzhang.

 

"A China é um mercado prioritário para o Brasil e dos 130 milhões de chineses que viajam anualmente pelo mundo pouco mais de 50 mil procuram o Brasil, pelo que existe uma oportunidade de crescimento que deve e será explorada", afirmou Marcelo Lima Costa, que acrescentou ir esse aumento no número de turistas chineses "ter um impacto positivo na economia brasileira." No encontro entre o presidente da Embratur e o embaixador da China foram analisados temas como a adopção do visto electrónico para os turistas chineses que pretendam visitar o Brasil, o aumento dos investimentos e das ligações aéreas para estimular o fluxo turístico entre os dois países. Além da participação na ITB China, a Embratur vai realizar acções de informação sobre o destino Brasil para operadores turísticos em Pequim, Xangai, Cantão e Hong Kong, sendo ainda agendados encontros com alguns dos principais investidores chineses no sentido de atrair capital estrangeiro para projectos turísticos no Brasil.

 

Macau: receitas crescem

 

A receita bruta dos casinos de Macau registou um crescimento homólogo de 27,6% em Abril, a segunda variação percentual mais elevada do ano, para 25 728 milhões de patacas (3216 milhões de dólares). A receita em termos acumulados, isto é, de Janeiro a Abril, ascendeu a 102 239 milhões de patacas (12 780 milhões de dólares), valor que representa um crescimento de 22,2% quando comparado com o registado no período homólogo de 2017. Em 2017, a receita bruta do jogo em casino cresceu 19,1% em termos anuais para se cifrar em 265 743 milhões de patacas (33 217 milhões de dólares). As seis concessionárias do jogo de Macau dispunham no final do primeiro trimestre de 41 casinos, sendo 22 da Sociedade de Jogos de Macau, seis da Galaxy Casino, cinco da Venetian Macau, quatro da Melco Crown (Macau), dois da Wynn Resorts (Macau) e dois da MGM Grand Paradise, com 6586 mesas de jogo e 17 205 máquinas de jogos.

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