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Impacto económico e social das IPSS 

Um estudo realizado pela Universidade Católica (Centro Regional do Porto), em 2017 permite concluir que por cada euro captado por uma IPSS para o seu concelho, ele é multiplicado, em média, no mínimo por 4,218 euros.

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Em 2014, num estudo, encomendado pela CNIS, sobre os "Impactes Económico e Social das IPSS em quatro concelhos" (Macedo de Cavaleiros, Idanha-a-Nova, Peniche e Montijo) foi possível concluir que a atividade das Instituições Particulares de Solidariedade Social (IPSS) conduz a um aumento médio de 3% do total da produção, de 9% do total do valor acrescentado bruto e de 6% do total do emprego. Os dados demonstram que há maior impacto relativo nos concelhos do interior e que o custo suportado pela sociedade é mais do que compensado pelos benefícios sociais que se obtêm. Assim, cada euro investido gera, no mínimo, 2,46 euros de benefícios sociais, nas IPSS em análise; 3,93 euros, nas respostas sociais Creche e Jardim de Infância; 4,23 euros, na resposta social Lar de Idosos e 5,68 euros, na resposta social Serviço de Apoio Domiciliário.

 

Um novo estudo realizado pela Universidade Católica (Centro Regional do Porto), em 2017, confirma aqueles dados e permite concluir que por cada euro captado por uma IPSS para o seu concelho, ele é multiplicado, em média, no mínimo por 4,218 euros. Estes dados demonstram que as IPSS deverão ser consideradas como um elemento fulcral na estratégia de desenvolvimento territorial e de inclusão social dos municípios onde estão inseridas.

 

Em 2011 foi elaborado um outro estudo sobre "A Economia Social e a sua Sustentabilidade como Factor de Inclusão Social" com o objetivo de aprofundar o conhecimento das IPSS no âmbito da economia social numa perspetiva de curto e médio prazo quer como entidades geradoras de emprego, direto e indireto, quer como entidades que contribuem para uma sociedade mais inclusiva.

 

Tendo em consideração os desafios inerentes à situação de crise socioeconómica e financeira, aparece como relevante o aprofundamento do contributo das entidades da economia social, nomeadamente as IPSS, para a prossecução dos objetivos nacionais (definidos no Programa Nacional de Reformas) enquadrados na Estratégia Europa 2020, bem como para o reforço institucional das entidades responsáveis pela formulação e implementação das respostas sociais.

 

O relatório final deste estudo revelou que, embora registe valores abaixo da média europeia, o setor tem um elevado potencial para gerar empregos estáveis. As entidades da economia social demonstram grande capacidade em dar resposta à empregabilidade dos públicos mais vulneráveis e no combate ao desemprego, particularmente aquele com mais dificuldades de inserção sociolaboral. A mão de obra empregada é formada em grande parte por trabalhadores com baixas qualificações, sendo as categorias profissionais predominantes as de trabalhador auxiliar e auxiliar de pessoal técnico.

 

Estas organizações seguem a regra - não generalizada, mas recorrente - que traduz uma preocupação genérica de dar corpo à sua missão e valores, de privilegiar as camadas da população ativa que se encontram mais afastadas do mercado de trabalho normal, quando se trata de recrutar no âmbito das políticas ativas de emprego.

 

O setor da economia social representa, por si próprio, um importante agente no que respeita à criação de empregos, produção de riqueza e resposta às dificuldades de inserção sociolaboral, demonstrando assim a sua dupla capacidade de promover a inclusão social - via serviços prestados à comunidade e de criar emprego.

 

XVII Congresso Internacional do CIRIEC Espanha

 

O Campus de Toledo da Universidade de Castilla-La Mancha acolherá, nos dias 4 e 5 de outubro, o XVII Congresso Internacional de Investigadores em Economia Social do CIRIEC Espanha. Sob o lema "A Economia Social: recentes transformações, tendências e desafios de futuro", a iniciativa contará com cerca de 250 participantes, entre investigadores, representantes do setor e das administrações públicas. Além das sessões de abertura e encerramento e da conferência inaugural, o congresso funcionará em oito sessões gerais e 17 sessões temáticas, tendo sido admitidas 185 propostas de comunicação de 12 países.

 

Estudo sobre a importância económica e social das IPSS

 

Brevemente será publicado o estudo "Importância Económica e Social das IPSS", adjudicado pela CNIS à Universidade Católica - Centro Regional do Porto. Numa entrevista ao jornal Solidariedade da CNIS, Américo Mendes, coordenador científico do estudo, informou que este foi feito com base numa amostra de 565 IPSS, considerando que, embora não aleatória, a amostra é "mais do que suficiente para ser representativa". Como principais conclusões sublinhou que o gasto com pessoal representa cerca de 60% dos custos totais e que a comparticipação da Segurança Social é 40% do total de rendimentos das IPSS.

 

Presidente da Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade (CNIS)

 

Artigo em conformidade com o novo Acordo Ortográfico

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