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O contributo das IPSS para o desenvolvimento local

As IPSS caracterizam-se por dar resposta a necessidades que as populações identificam e experienciam no seu dia a dia, prestando serviços e gerindo equipamentos sociais e contribuindo, localmente, para a solução de problemas de emprego.

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Os laços sociais que se estabelecem, a proximidade geográfica, o acesso ao espaço civil "público" através do desenvolvimento da participação cívica e a parceria com o Estado configuram a especificidade das IPSS e, naturalmente as suas atividades e projetos. O seu sucesso está dependente da presença de agentes qualificados e bem colocados, quer ao nível da sociedade civil local, quer ao nível da gestão e de mediação política do projeto que as IPSS se propõem a desenvolver.

 

O caráter civil das IPSS permite não só a representação dos interesses dos grupos mais vulneráveis, mas também, pela ligação com as populações que servem, tornar-se "instrumentos decisivos do processo de territorialização das políticas sociais" (Luís Capucha, "Solidariedade", 31/07/98, p. 42). É precisamente perante a afirmação das singularidades sociais e regionais que as medidas políticas podem ser localmente aplicadas.

 

Tendo por base o seu caráter civil e a estreita ligação às populações que servem, uma das principais especificidades das IPSS centra-se na forma como estas articulam as vertentes social e económica, com o objetivo de fazerem vingar um projeto de desenvolvimento que tendem a ajustar, de modo contínuo, à oferta e à procura de serviços de apoio social. Enquanto microespaços públicos, as IPSS fomentam as relações sociais e o diálogo entre prestadores e utentes, necessário à emergência de serviços de proximidade por construção conjunta da oferta e da procura. Este processo favorece a geração de confiança e contribui para o desenvolvimento de um sentimento de pertença a uma comunidade. Desta forma, é absolutamente fundamental a abertura das IPSS à comunidade alicerçada numa troca de informação transparente e eficaz. Deve-se ainda salientar que a atividade das IPSS não beneficia apenas os utentes, a economia local e a criação de emprego, mas tem também um impacto significativo ao nível dos benefícios sociais que dizem respeito ao bem-estar de uma população mais alargada, nomeadamente nos familiares e pessoas próximas dos utentes, contribuindo assim para o reforço da coesão social.

 

As IPSS assumem-se como um elemento fulcral na estratégia de desenvolvimento territorial e de inclusão social dos territórios onde estão inseridas, contribuindo de forma sustentada para a correção dos desequilíbrios socioeconómicos.

 

Assim, urge delinear novos modelos de cooperação entre o Estado, entidade financiadora e normativa das instituições e responsável pela definição de políticas sociais, as entidades públicas locais como os municípios e freguesias, as entidades da economia social e o setor privado. Só o trabalho conjunto entre todas estas entidades pode ser verdadeiramente eficaz na construção de uma sociedade mais participativa, inclusiva, equitativa e desenvolvida.

 

Comunicação, parceria e interinstitucionalidade parecem ser palavras-chave no desenho conjunto de estratégias integradas de desenvolvimento local que tenham por base as reais necessidades do território e que respondam eficaz e sustentadamente a uma estratégia mais global de desenvolvimento regional, inter-regional e nacional.  

 

Os ODS e a Economia Social

 

Realiza-se nos próximos dias 25 e 26 de junho, na sede da ONU em Genebra (Suíça), uma Conferência Internacional sobre a aplicação dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) na Economia Social.

 

Esta iniciativa contará com a intervenção de cerca de 45 oradores, selecionados entre 320 investigadores de 60 países, que apresentaram artigos sobre aquele tema, em resposta a uma convocatória lançada pelo Grupo de Trabalho Interinstitucional das Nações Unidas sobre Economia Social e Solidária. Participarão também membros das diversas agências da ONU e representantes de entidades da economia social.

 

Dia Internacional das Cooperativas

 

O Dia Internacional das Cooperativas em 2019 será celebrado no dia 6 de julho, nas instalações da Plural - Cooperativa Farmacêutica, em Coimbra.

 

O tema, divulgado pela Aliança Cooperativa Internacional, é "Cooperativas - um trabalho digno" e tem como propósito mostrar que as cooperativas são empresas caracterizadas pelo controlo democrático que dão prioridade ao desenvolvimento humano e à justiça social no ambiente de trabalho.

 

A sessão comemorativa terá início às 14h30 e, para além das intervenções oficiais, haverá uma conferência por Manuel Carvalho da Silva e uma homenagem póstuma a Jorge de Sá.

 

Presidente da Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade (CNIS)

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