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25 de Outubro de 2017 às 19:36

A resposta cooperativa aos desafios do setor agroalimentar

Em muitas regiões, as cooperativas agrícolas são um referencial para a formação dos preços, contribuindo para a estabilidade dos mesmos.

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Nota: Este artigo está acessível, nas primeiras horas, apenas para assinantes do Negócios Primeiro.

 

A produção agrícola é reconhecidamente o elo mais fraco da cadeia agroalimentar. Com um tecido empresarial caracterizado pela reduzida dimensão económica da generalidade das explorações agrícolas, os produtores agrícolas nacionais confrontam-se, quer a montante (os fornecedores dos fatores de produção: adubos, produtos fitofarmacêuticos, máquinas agrícolas, etc.), quer a jusante da sua atividade (as cadeias da moderna distribuição), com um reduzido número de operadores, muitos de dimensão multinacional, fortemente concentrados e muito competitivos.

 

Este desequilíbrio traduz-se numa repartição profundamente desigual e injusta, do valor gerado na cadeia agroalimentar.

 

Neste contexto, a organização económica dos produtores, designadamente através de cooperativas agrícolas, assume uma importância crucial. De facto, as cooperativas ao concentrarem a produção das explorações agrícolas, ao acrescentarem valor a essa mesma produção através dos processos de transformação agroalimentar (produção de azeite, de vinho, de produtos lácteos, entre outros), facilitam o acesso aos mercados e melhoram a posição de milhares de agricultores na cadeia agroalimentar.

 

Preocupadas em dar uma resposta às necessidades dos seus cooperadores, as cooperativas agrícolas, na sua maioria, fornecem também os fatores de produção e prestam serviços de apoio técnico aos agricultores, nomeadamente nas áreas da gestão e da produção, promovendo a qualidade da produção agrícola e a adoção de práticas agrícolas mais sustentáveis.

 

Em muitas regiões, as cooperativas agrícolas são um referencial para a formação dos preços, contribuindo para a estabilidade dos mesmos.

 

Inseridas frequentemente em regiões desfavorecidas, as cooperativas agrícolas geram emprego, investem nos seus territórios e não se deslocalizam. São, pois, agentes ativos de coesão económica e social.

 

O reconhecimento da importância do setor cooperativo decorre do dever do Estado, consagrado na nossa Constituição (artigo 85.º), em estimular e apoiar a criação e a atividade das cooperativas.

 

Na União Europeia, as cooperativas agrícolas têm uma expressão muito relevante e em Portugal também. Por exemplo, no leite, asseguram 42% da produção nacional, e 40% da do vinho.

 

O setor cooperativo agrícola português, pela sua implantação no espaço rural português, dispõe de elevado potencial para apoiar o desenvolvimento sustentável do setor agroalimentar, necessitando, para tal, de vários desenvolvimentos.

 

- Aposta no redimensionamento, não só por via de fusões, mas também através de estratégias de atuação conjunta de cooperativas de uma mesma região ou setor, visando a obtenção de economias de escala, seja para redução de custos comuns, seja nas atividades de transformação, venda, promoção ou de exportação;

 

- Aposta na profissionalização dos seus quadros técnicos e gestores, de modo a poder responder às elevadas exigências da produção agroalimentar e de um mercado muito competitivo;

 

- Reforçar a visibilidade das cooperativas agrícolas portuguesas e dos seus produtos. Para isso importa dar a conhecer a natureza diferenciada da resposta cooperativa. Uma atividade empresarial, assente em valores éticos e humanistas, que apoia e viabiliza a atividade de milhares de explorações agrícolas e a manutenção de um mundo rural vivo.

 

Sessão final do Congresso da Economia Social

 

Realiza-se, no dia 14 de novembro, pelas 9h30, no Grande Auditório do ISCTE-IUL (Edifício II), em Lisboa, a sessão final do Congresso Nacional da Economia Social 2017.

 

A iniciativa, que decorrerá ao longo do dia, contará com a presença de figuras relevantes para o setor da economia social e culminará com a assinatura da Carta de Compromisso da constituição da Confederação da Economia Social Portuguesa. A participação é gratuita, mas sujeita a inscrição, até ao dia 13 de novembro. A inscrição e o programa estão disponíveis em cases.pt.

 

 A economia social e o futuro do trabalho

 

Promovido pela Comissão Europeia e pelo Comité Económico e Social Europeu, terá lugar no dia 16 de novembro, em Gotemburgo (Suécia), uma conferência europeia para discutir o papel da economia social no futuro do trabalho.

 

Este evento reunirá atores das várias famílias da economia social, académicos e representantes governamentais, dos diversos países da União Europeia, que analisarão o contributo da economia social para o desenvolvimento económico e a coesão social, assim como para promover o trabalho digno e decente.

 

Presidente da CONFAGRI

 

Artigo em conformidade com o novo Acordo Ortográfico 

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