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Portugal tem de fazer para estar no radar do Turismo de Compras

O Natal está à porta e temos de deixar de olhar para os ingleses apenas como consumidores de sol & praia ou golfe e dar-lhes, por que não, novos estímulos e opções para desfrutarem de mais e de melhores compras no nosso país.

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A pandemia da covid-19 veio quebrar o bom ritmo de crescimento do sector do Turismo em Portugal e no mundo, pelo que recuperar a boa saúde deste sector é vital para o desenvolvimento das economias. Uma recuperação que deve abranger todos os segmentos de negócio, incluindo o Turismo de Compras enquanto categoria muito relevante, pelo elevado valor per capita com que estes turistas extracomunitários contribuem para a economia, comparativamente com o que podemos chamar de turista europeu e doméstico.

 

Perante esta realidade, Portugal tem de fazer uma opção clara e passar a tirar maior partido deste potencial. É certo que a pandemia nos retirou do mapa de muitos dos turistas intercontinentais, sobretudo dos chineses, mas, como referia o Banco de Portugal há uns dias atrás, mesmo com algumas restrições de viagens, os turistas americanos e brasileiros estão a regressar em grande número a Portugal e em julho os americanos já tinham gastado mais do dobro do que no mesmo mês do ano passado e os brasileiros mais 50% do que em 2020.

 

Contudo, não são apenas para estes turistas de compras que Portugal deve olhar. Neste momento, os ingleses são, sem dúvida, uma espécie de galinha dos ovos de ouro que comerciantes e grandes retalhistas devem observar com atenção.

 

É que, graças ao Brexit – nem tudo são más notícias –, os turistas ingleses passaram a estar elegíveis para compras tax free em Portugal, onde os preços são 5 a 10% mais baixos que em Inglaterra o que, a somar ao reembolso do IVA de até 18%, torna o nosso país num destino de compras altamente competitivo face a outros destinos europeus.

 

Além disso, considerando que os turistas ingleses já eram os que em maior número vinham a Portugal passar férias e que continuam a ser aqueles que, depois da pandemia, nos continuam a procurar – atente-se no facto de, só no mês de outubro, 41% dos turistas que aterraram no Algarve, eram ingleses – então, temos todas as condições para os atrair a fazerem mais compras e a deixarem-nos mais algumas das suas valiosas Libras a pesarem do lado bom da nossa balança comercial.

 

E vale a pena sublinhar as recentes declarações do Presidente da Região de Turismo do Algarve sobre o facto de que os 40 campos de golf da região estão praticamente cheios por estes turistas, demonstrando que entre os ingleses também há muito poder de compra.

 

Como, aliás, demonstram o valor da compra média feita por estes turistas noutros destinos. Por exemplo, em Espanha, nas últimas 4 semanas os turistas ingleses fizeram compras no valor médio de 1.100 euros. Em Portugal, esse valor está um pouco acima dos 700 euros, bastante abaixo da média espanhola, o que poderá querer dizer que, tal como fizeram com os chineses há uns anos atrás, os espanhóis voltam a estar à nossa frente nas estratégias e no planeamento para a captação destes importantes segmentos de turistas.

 

O Natal está à porta e temos de deixar de olhar para os ingleses apenas como consumidores de sol & praia ou golfe e dar-lhes, por que não, novos estímulos e opções para desfrutarem de mais e de melhores compras no nosso país. As oportunidades já cá estão, é só uma questão de sabermos trabalhar melhor e em conjunto para maximizarmos o potencial dos turistas ingleses.

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