Opinião
O primado dos intangíveis
O investimento em ativos intangíveis, como pilar de crescimento e desenvolvimento de uma organização, poderá assim contar com mecanismos similares de proteção, gestão e transferência de risco de que beneficiam os ativos físicos e tangíveis.
Ao longo dos últimos 40 anos assistimos a uma inversão total na estrutura de ativos das maiores empresas globais. Os ativos passaram de ser, na sua grande maioria, físicos – fábricas, edifícios, maquinaria – para serem intangíveis – marca, patentes, reputação. Assistimos a uma desmaterialização da economia que resulta neste “primado dos intangíveis”, razão pela qual a maior empresa de táxis do mundo não é dona de um único táxi e a maior empresa hoteleira não o é de um único hotel (Uber e Airbnb).
É assim imprescindível encontrar soluções que garantam uma adequada proteção destes ativos intangíveis, garantindo a resiliência e sustentabilidade das organizações e a continuidade das suas operações.
Necessitamos de inovação e capital. Inovação que nos possibilite, partindo dos grandes volumes de dados disponíveis, e da tecnologia para os recolher e trabalhar, desenvolver modelos preditivos que quantifiquem o impacto e frequência de ocorrência dos riscos que impactam esta classe de ativos. Só assim será possível atrair uma base de capital mais ampla e diversificada, de modo a fazer face às lacunas que hoje temos na sua quantificação, proteção e mesmo utilização como uma fonte adicional de financiamento e fundamentalmente de valorização da empresa.
O investimento em ativos intangíveis, como pilar de crescimento e desenvolvimento de uma organização, poderá assim contar com mecanismos similares de proteção, gestão e transferência de risco de que beneficiam os ativos físicos e tangíveis.