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Digital Life Design, World Economic Forum e "blockchain" na língua do mundo  

A integração das ciências e humanidades. O humanismo, a espiritualidade, a consciência e a ciência, que antes pareciam em campos opostos, começam a convergir e as barreiras a romperem-se.

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O final de janeiro tem aquela semana excelente para começar o ano inspirado e com novas ideias. Começámos pela Digital Life Design, em Munique, e vários seguimos em caravana para Davos, onde tem lugar o World Economic Forum, em que a concentração de influência, dinheiro e massa cinzenta deve ser superior a qualquer outro lugar do mundo durante estes dias. O ambiente, quase festivo, não impede de se tratar vários dos principais desafios da humanidade.  

 

A quantidade de temas é infindável, mas alguns chamaram mais a minha atenção, nomeadamente:

 

- Se no ano anterior a palavra de ordem era inteligência artificial, e apesar de ainda ser muito falada, foi substituída, no topo, por "blockchain" e criptomoedas. "Blockchain", para os que não sabem, é a "tecnologia" na base da bitcoin e outras moedas que prometem revolucionar o mundo com transparência e descentralização. Na realidade, a tecnologia promete ser revolucionária, mas as aplicações práticas são ainda muito limitadas ou inexistentes na maioria dos sectores. Faz lembrar 1999 em que toda a gente falava que a internet era o futuro, mas ainda não estava lá. Uma quantidade absurda de ICO,  vários deles sem "pés nem cabeça", aparecem por toda a  parte para tentar aproveitar a euforia à volta do tema. Contudo, é preciso muita atenção,  pois os primeiros casos de fraude começam a rebentar e as criptomoedas não estão no seu melhor momento;  

 

- O ambiente é outro dos temas de ordem. O planeta, a única casa que temos, está segundo fontes credíveis cada vez pior e numa situação quase irreversível. Os esforços para mudar a situação são demasiado lentos. Os nossos oceanos já têm mais plástico do que peixes. Parece que andamos para trás em vez de avançar;

 

- O poder e a falta de regulação do sector de tecnologia. Criámos "monstros" que passaram por baixo do radar e hoje têm um poder incomparável nunca antes visto na história. Empresas como Google, Facebook, Amazon e Apple têm uma capacidade financeira e dados com impactos profundos na sociedade, situação que deve agravar-se nos próximos anos. A necessidade de controlo e regulação, e no futuro talvez, "partir" as empresas em várias mais pequenas, parece ser uma prioridade;

 

- A educação está profundamente desatualizada com um modelo baseado na revolução industrial. Jack Ma, fundador da Alibaba, foi um dos grandes defensores do tema e defendeu a importância de ensinarmos competências, como a empatia, em que as máquinas não são tão boas como são os humanos;

 

- A integração das ciências e humanidades. O humanismo, a espiritualidade, a consciência e a ciência, que antes pareciam em campos opostos, começam a convergir e as barreiras a romperem-se. O novo conhecimento engloba as diferentes perspectivas que parecem estar mais ao serviço do bem-estar humano do que anteriormente. 

 

A participação portuguesa em Davos contou com o primeiro-ministro, António Costa, e o comissário europeu Carlos Moedas, além de alguns dos principais empresários portugueses e jovens talentos, tendo permitido um agradável encontro num jantar no topo da montanha. Para mim, que vivo uma grande parte do ano fora, é sempre um prazer ver o país bem representado.

 

Em resumo, o mundo está em mudança e o ritmo está a acelerar cada vez mais.  Irá sobreviver quem melhor se adaptar. 

 

Agora há que refletir e trabalhar o resto do ano com as novas lições aprendidas, pois em 2019 haverá mais.

 

Partner litsebusiness.com e professor de e-commerce e marketing digital na Nova SBE

 

Artigo está em conformidade com o novo Acordo Ortográfico

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