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Há mais emprego com baixos salários

A economia está a criar postos de trabalho, com o desemprego a reduzir para níveis que já não se viam desde 2009. Mas ainda há uma grande percentagem de pessoas em situação de subemprego.

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A redução sustentada da taxa de desemprego tem sido das excelentes notícias da economia portuguesa. Os últimos dados divulgados pelo INE avançam com uma descida de 1,3 pontos percentuais para os 8,8% no segundo trimestre de 2017, face ao período entre Janeiro e Março, e quebra de 2,0 pontos percentuais em relação ao trimestre homólogo de 2016. O dinamismo do PIB está a criar postos de trabalho.

 

Mas ainda é cedo para deitar foguetes, apesar de a taxa oficial ser já inferior a dois dígitos. E desde 2009 que os números não eram tão favoráveis.

 

O próprio INE revela um indicador que é preocupante. É o que dá conta da precariedade laboral e social. A subutilização do trabalho atinge 903,3 mil pessoas, praticamente o dobro do desemprego oficial. 

 

Entre desempregados oficiais, pessoas a tempo parcial que gostavam de trabalhar a tempo inteiro, mas que sobrevivem com biscates e pessoas sem trabalho, que não contam para a taxa do desemprego, verificamos que 16,6% da população activa, praticamente uma em cada seis, não encontra trabalho a tempo inteiro.

 

Por outro lado, verifica-se uma pressão para os baixos salários. Já antes da crise que há dez anos começou a dar os primeiros sinais, com o início da implosão dos contratos "subprime" nos EUA, mas que se acentuou em Setembro de 2015 com a falência do Lehman Brothers, se notava na Europa e ainda de forma mais aguda em Portugal uma tendência para a desvalorização dos custos de trabalho.

 

Essa tendência agravou-se na crise e mantém-se agora, apesar dos primeiros sinais sustentados da retoma.

 

No caso português, até os mil euros se tornaram uma miragem distante, principalmente para milhares de jovens qualificados, a quem é oferecida uma remuneração que não anda longe do salário mínimo nacional, cada vez mais uma bitola salarial.

 

Em várias economias, dos Estados Unidos à Europa, o  emagrecimento  dos salários está a tornar-se  uma travão ao crescimento potencial da economia.

E quando falamos de salários, falamos de coisas importantes além da economia, que são fundamentais para todas as sociedades civilizadas, como a estabilidade social e a esperança que as gerações têm em melhorar a sua vida.

 

Nenhuma sociedade progride com base em baixos salários e empregos precários. Obviamente, para haver melhor remuneração é preciso gerar mais valor. E esse é o desafio que ainda falta vencer na economia portuguesa.

 

Saldo positivo: o recorde de turistas

Nem é preciso ver as estatísticas oficiais para saber que o turismo está a registar o melhor ano de sempre. Hotéis lotados, restaurantes com todas as mesas ocupadas, aeroportos entupidos, centros históricos das principais cidades cheios de vida. O turismo está a tornar-se o motor mais sólido da economia portuguesa. Ainda por cima é dos sectores que mais valor acrescentado gera no país e é campeão na oferta de emprego. É uma galinha de ovos de ouro. Que importa preservar, para um crescimento sustentado.  

 

Saldo negativo: Nuno Cardoso

Aos magistrados aplica-se o mesmo princípio da mulher de César. "Não basta ser séria, tem de parecer séria." O juiz, afilhado de casamento do actual autarca de Oeiras, e que tem a mulher a trabalhar num serviço municipal dependente do padrinho, travou a candidatura de Isaltino Morais, o maior obstáculo à reeleição de Paulo Vistas. Obviamente, dadas estas ligações, o magistrado deveria ter pedido escusa da análise da candidatura do histórico autarca, que já cumpriu pena de prisão na Carregueira.  

 

Algo completamente diferente

 

É uma combinação explosiva: temperaturas altas, seca extrema e vento forte. O interior do país descuidado abandonado à sua sorte serve de pasto para chamas que obrigam a cortar auto-estradas e a retirar populações de aldeias. Depois da tragédia de Pedrógão Grande, nota-se mais cuidado da protecção civil para evitar o pior, mas enquanto não houver um trabalho de limpeza no Inverno e um ordenamento florestal adequado, os incêndios cada vez maiores serão uma fatalidade. Há décadas que se sabe isto, mas até agora nada foi feito.  

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