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Web 3.0 e metaverso são conceitos que claramente entraram no contexto empresarial. Conceções que Afonso Eça, diretor executivo do Centro de Excelência para a Inovação e Novos Negócios (CEINN) do BPI, explica não serem mais "do que novos pontos de contacto e novas formas de distribuir este produto que é a internet."
O diretor executivo do CEINN abordou este tema na talk dedicada ao tema "O impacto do progresso tecnológico no crescimento das organizações (e do País)", um evento que decorreu nas instalações da Nova SBE, em Carcavelos, e que está integrado no Prémio Nacional de Inovação (PNI), iniciativa que juntou o Jornal de Negócios, o BPI e a Claranet, em parceria com a Cotec Portugal e a Nova SBE como knowledge partner, para debater e promover a inovação em Portugal.
"Temos várias empresas portuguesas, inclusivamente o BPI, a fazerem experiências no metaverso. Experiências de realidade aumentada e imersiva", disse Afonso Eça. Aliás, "experiências" parece ser o termo mais correto nestas abordagens, já que, neste momento, não existe um modelo de negócio evidente ou uma estratégia clara de monetização. "Há, acima de tudo, uma aprendizagem, ir testar, perceber as audiências nestes espaços, qual a interação possível", além de perceber os limites da tecnologia e como poderá, ou não, entrar no nosso dia a dia.
Afonso Eça deu o exemplo do gaming aplicado às mais diversas áreas e negócios, no sentido de tornar as experiências mais atrativas. "Muita da experiência do utilizador em aplicações que utilizamos no dia a dia veio da área de gaming", uma indústria de triliões de dólares. "É impressionante vermos o quão evoluído esse mundo está", com jogos como o Roblox ou Fortnite entre os melhores exemplos. Mundos permanentes online nos quais se começam a gerar autênticas economias, onde as pessoas compram e vendem serviços, produtos e propriedades.
Lucrar com as realidades do metaverso
Portugal pode lucrar com estas novas realidades, no sentido de potenciar a dimensão da economia nacional. "Se formos comprar o PIB deste género de espaços, será difícil dizermos que não queremos participar deste género de economia."
Aliás, Web 3.0 é uma das categorias a concurso no Prémio Nacional de Inovação, precisamente com o objetivo de dar conhecer iniciativas que estejam a ser feitas neste espaço em Portugal. "Apelamos às candidaturas nesta área porque, com toda a certeza, há iniciativas que estão a ser feitas que ainda não conhecemos e poderão ter um enorme impacto."
Ler, escrever e ter propriedade
Porque tem um banco interesse nestas matérias? Sobretudo em tudo o que está relacionado com a tecnologia de blockchain e a tendência de finanças descentralizadas. "Nos últimos anos, demos vários passos na introdução de um novo tipo de tecnologia no sistema financeiro que nos permite um grau de descentralização muito maior, que nos permite uma gestão do património financeiro de forma diferente da que temos tido nos últimos tempos", esclareceu Afonso Eça. "Para o BPI, enquanto instituição financeira, é interessante perceber como é que blockchain pode vir a impactar a forma como organizamos o mundo financeiro ou como as pessoas escolhem guardar a sua propriedade."
Na definição de Afonso Eça, Web 3.0 é falar de uma terceira fase em que vamos entrar na economia digital. Porque se na primeira fase éramos leitores, substituindo as enciclopédias pelo Altavista e Netscape, avançámos para uma segunda fase, somos criadores. "É a fase das redes sociais, na qual muito dos conteúdos que consumimos são escritos por outros utilizadores." Ou seja, uma fase em que somos consumidores, mas também criadores de conteúdos digitais. No entanto, esclarece Afonso Eça, nesta fase a repartição do lucro económico é discutível. Quer isto dizer que os criadores digitais, sempre que fazem um post online, abdicam dos royalties associados para a plataforma que está a distribuir o conteúdo. "Posso ganhar como influencer, mas a generalidade das pessoas não é remunerada pelo conteúdo que cria." Aí, entra o conceito de web 3.0, passamos não só a ler e escrever conteúdo, mas também a sermos donos da propriedade digital que criamos, dos conteúdos que produzimos.
O diretor executivo do CEINN abordou este tema na talk dedicada ao tema "O impacto do progresso tecnológico no crescimento das organizações (e do País)", um evento que decorreu nas instalações da Nova SBE, em Carcavelos, e que está integrado no Prémio Nacional de Inovação (PNI), iniciativa que juntou o Jornal de Negócios, o BPI e a Claranet, em parceria com a Cotec Portugal e a Nova SBE como knowledge partner, para debater e promover a inovação em Portugal.
"Temos várias empresas portuguesas, inclusivamente o BPI, a fazerem experiências no metaverso. Experiências de realidade aumentada e imersiva", disse Afonso Eça. Aliás, "experiências" parece ser o termo mais correto nestas abordagens, já que, neste momento, não existe um modelo de negócio evidente ou uma estratégia clara de monetização. "Há, acima de tudo, uma aprendizagem, ir testar, perceber as audiências nestes espaços, qual a interação possível", além de perceber os limites da tecnologia e como poderá, ou não, entrar no nosso dia a dia.
Afonso Eça deu o exemplo do gaming aplicado às mais diversas áreas e negócios, no sentido de tornar as experiências mais atrativas. "Muita da experiência do utilizador em aplicações que utilizamos no dia a dia veio da área de gaming", uma indústria de triliões de dólares. "É impressionante vermos o quão evoluído esse mundo está", com jogos como o Roblox ou Fortnite entre os melhores exemplos. Mundos permanentes online nos quais se começam a gerar autênticas economias, onde as pessoas compram e vendem serviços, produtos e propriedades.
Lucrar com as realidades do metaverso
Portugal pode lucrar com estas novas realidades, no sentido de potenciar a dimensão da economia nacional. "Se formos comprar o PIB deste género de espaços, será difícil dizermos que não queremos participar deste género de economia."
É raro ver marcas de grande consumo que não tenham um qualquer projeto para o metaverso ou Web 3.0. Afonso Eça
Diretor executivo do Centro de Excelência para a Inovação e Novos Negócios do BPI
Afonso Eça destaca que tudo isto não é propriamente novo. O que é, de facto, recente é a perceção do mundo corporativo em relação a estes fenómenos. "Passámos a ver as marcas interessadas em participar. É raro ver marcas de grande consumo que não tenham um qualquer projeto para o metaverso ou Web 3.0", sublinhou nesta primeira talk. Diretor executivo do Centro de Excelência para a Inovação e Novos Negócios do BPI
Aliás, Web 3.0 é uma das categorias a concurso no Prémio Nacional de Inovação, precisamente com o objetivo de dar conhecer iniciativas que estejam a ser feitas neste espaço em Portugal. "Apelamos às candidaturas nesta área porque, com toda a certeza, há iniciativas que estão a ser feitas que ainda não conhecemos e poderão ter um enorme impacto."
Ler, escrever e ter propriedade
Porque tem um banco interesse nestas matérias? Sobretudo em tudo o que está relacionado com a tecnologia de blockchain e a tendência de finanças descentralizadas. "Nos últimos anos, demos vários passos na introdução de um novo tipo de tecnologia no sistema financeiro que nos permite um grau de descentralização muito maior, que nos permite uma gestão do património financeiro de forma diferente da que temos tido nos últimos tempos", esclareceu Afonso Eça. "Para o BPI, enquanto instituição financeira, é interessante perceber como é que blockchain pode vir a impactar a forma como organizamos o mundo financeiro ou como as pessoas escolhem guardar a sua propriedade."
Na definição de Afonso Eça, Web 3.0 é falar de uma terceira fase em que vamos entrar na economia digital. Porque se na primeira fase éramos leitores, substituindo as enciclopédias pelo Altavista e Netscape, avançámos para uma segunda fase, somos criadores. "É a fase das redes sociais, na qual muito dos conteúdos que consumimos são escritos por outros utilizadores." Ou seja, uma fase em que somos consumidores, mas também criadores de conteúdos digitais. No entanto, esclarece Afonso Eça, nesta fase a repartição do lucro económico é discutível. Quer isto dizer que os criadores digitais, sempre que fazem um post online, abdicam dos royalties associados para a plataforma que está a distribuir o conteúdo. "Posso ganhar como influencer, mas a generalidade das pessoas não é remunerada pelo conteúdo que cria." Aí, entra o conceito de web 3.0, passamos não só a ler e escrever conteúdo, mas também a sermos donos da propriedade digital que criamos, dos conteúdos que produzimos.