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Um catalisador de negócio

Vista como um diferenciador das marcas, as empresas que investem na sustentabilidade são reconhecidas. Mas ainda há alguns inibidores.

09 de Março de 2023 às 15:30
Carlos Leite, CEO da HPE Portugal Pedro Ferreira
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O tema da sustentabilidade é cada vez mais relevante, não só porque contribui para o benefício do ecossistema, mas também pelo que aporta ao mundo empresarial. Um estudo do Fórum Económico Mundial em 2021, realizado pela Accenture, sustenta mesmo que as empresas que apostam na sustentabilidade têm 2,5 vezes maior probabilidade de sucesso. "Isto revela a importância da sustentabilidade para o mundo dos negócios", disse Carlos Leite, CEO da HPE Portugal, na primeira talk dedicada ao tema "O impacto do progresso tecnológico no crescimento das organizações (e do país)", um evento que está integrado no Prémio Nacional de Inovação (PNI).

A HPE Portugal quer fazer parte desta tendência, tendo definido uma jornada que culmine, em 2040, na neutralidade carbónica. "Até lá, temos objetivos parcelares, de curto prazo". Em 2030, por exemplo, a empresa quer que 100% da sua energia consumida derive de fontes alternativas. "Temos ainda mais de seis mil patentes sempre com esta preocupação com o tema da sustentabilidade", disse Carlos Leite a quem esteve presente nas instalações da Nova SBE, em Carcavelos.



Não menos relevante - até porque a HPE Portugal tem um banco dentro da sua estrutura - é o aproveitamento da economia circular. "Cerca de 85% das tecnologias que recuperamos nos servidores e sistemas de armazenamento são novamente reintroduzidas no processo produtivo, havendo um benefício tremendo". E porque acreditam que sozinhos não conseguem alcançar estas metas, o ecossistema de parceiros está igualmente envolvido nestas metas globais de sustentabilidade.

Um diferenciador de marca

A sustentabilidade é definida por Carlos Leite como "um catalisador de negócio", funcionando quase como um diferenciador das marcas, ou seja, as companhias que investem na sustentabilidade são, de facto, reconhecidas. Tudo isto sendo verdade, até de algum senso comum, como refere o CEO da HPE Portugal, contudo não é propriamente fácil de executar, claramente havendo ainda inibidores. Desde logo porque em muitas organizações o benefício da sustentabilidade não é ainda verdadeiramente reconhecido do ponto de vista do negócio. "Há ainda um conjunto de métricas que não são bem compreendidas e delineadas para poder promover o que a sustentabilidade aporta. Para além de que há uma escassez de talentos, nomeadamente de TI associadas à sustentabilidade, onde estão a ser dados os primeiros passos."

Há uma escassez de talentos, nomeadamente de TI associadas à sustentabilidade. Carlos Leite
CEO da HPE Portugal
Outro inibidor é a quantidade de dados disponíveis nas empresas, havendo analistas que sustentam que, em 2026, esse volume será o dobro do atual. "Vejam a magnitude da explosão de dados, que apenas são relevantes se forem tratados e correlacionados por forma a dar informação para que eu possa tomar decisões". Ou seja, volume de dados e sustentabilidade são uma dicotomia difícil de gerir.

Os benefícios da cloud

O advento da cloud parece ter vindo ajudar a tratar os dados de uma forma massiva, ao mesmo tempo que, per si, aborda o tema da sustentabilidade já que são soluções mais eficientes. "Mas a cloud não funciona sozinha, até pelo facto de 70% das aplicações ainda residirem em datacenters próprios dos clientes." Isto quer dizer que apenas 30% estão na cloud pública.

A HPE reconhece os benefícios, desde a agilidade, flexibilidade, o pago por uso e toda a eficiência que potencia, mas a verdade é que a cloud tem de vir até aos dados. E não o contrário. "Não tenho de pegar nos meus dados e levá-los para a cloud. Tenho é de ter capacidade para tratar os dados que estão no edge, mas também nos datacenters e nas clouds privadas. Porque nem todos os dados, quando falamos na relação custo-benefício, são interessantes levar para uma cloud pública." É neste mundo híbrido, diz Carlos Leite, que hoje a empresa se movimenta.
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