Foto em cima: Paulo Reis, diretor-geral da FI Group em Portugal

Transformar ideias em projetos concretos exige visão estratégica e acesso a financiamento adequado. Em entrevista, Paulo Reis, diretor-geral da FI Group em Portugal e diretor da Hub Europa na FI Group, classifica o acesso a fundos europeus como ferramentas estratégicas para transformar desafios em oportunidades de crescimento e destaca o papel das consultoras no apoio a empresas na obtenção de incentivos fiscais e financeiros.

A FI Group apresenta-se como especialista em gestão da inovação e I&D. De que forma apoiam as empresas em Portugal?
Na FI Group, acreditamos que o sucesso da inovação está em construir pontes entre os projetos inovadores das organizações e os instrumentos financeiros disponíveis. Para isso, disponibilizamos um serviço de consultoria personalizado e integrado, alicerçado em mais de 20 anos de experiência global em inovação e benchmarking internacional. Trabalhamos lado a lado com empresas de diferentes setores, desde startups a grandes multinacionais, para identificar oportunidades de inovação e estruturar candidaturas eficazes a incentivos financeiros, fiscais e fundos europeus. Em Portugal, nos últimos seis anos conseguimos um investimento total de cerca de dois mil milhões de euros por parte dos nossos clientes, representando mais de 1,5 mil milhões de euros em incentivos fiscais e financeiros obtidos pela FI Group. Este impacto traduz-se na transformação de ideias em projetos concretos, alavancando a competitividade das empresas e contribuindo para a sustentabilidade do tecido empresarial português.

Qual é a importância da fiscalidade e do financiamento para estimular a inovação?
A fiscalidade e o financiamento são motores essenciais para impulsionar a inovação nas empresas. Sem recursos financeiros adequados, muitas ideias disruptivas ficariam pelo caminho, impossibilitando a sua materialização em projetos de valor acrescentado. A nossa experiência comprova que incentivos fiscais, como o SIFIDE, e o acesso a fundos europeus são ferramentas estratégicas para transformar desafios em oportunidades de crescimento. Este suporte financeiro permite às empresas investir em investigação, desenvolvimento e na capacitação tecnológica, fatores-chave para a sua competitividade num mercado global. É esta visão de longo prazo que orienta a FI Group: atuar como parceiro estratégico para garantir que as empresas tenham acesso aos instrumentos que as permitem crescer, inovar e liderar nos seus setores.

Quais são os setores que mais recorrem aos vossos serviços?
Ao longo dos anos, temos registado uma crescente procura dos nossos serviços por parte de setores estratégicos como tecnologia, indústria transformadora e turismo. Estes setores destacam-se pela sua capacidade de inovação, não só na otimização dos seus processos, mas também na criação de soluções disruptivas que respondem a desafios globais. O setor tecnológico lidera a transformação digital, impulsionando a adoção de ferramentas como inteligência artificial, IoT e automação avançada. A indústria transformadora tem apostado na modernização dos seus processos produtivos, na sustentabilidade e na incorporação de tecnologias avançadas, tornando-se um motor essencial para o desenvolvimento económico. Já o setor do turismo tem mostrado uma forte capacidade de reinvenção, integrando soluções tecnológicas e sustentáveis que promovem experiências únicas e de excelência. Paralelamente, o setor da energia, particularmente na área do hidrogénio, tem emergido como um cliente em rápido crescimento. Neste domínio, temos alcançado resultados notáveis, com projetos de grande impacto que reforçam o compromisso de Portugal com a transição energética e a sustentabilidade.

Como promovem o acesso a fundos europeus?
A FI Group tem uma presença forte a nível europeu, o que nos permite ter um entendimento profundo dos diferentes programas de financiamento da União Europeia, como o Horizonte Europa, o PRR (Plano de Recuperação e Resiliência) e os Programas Operacionais do Portugal 2030. Trabalhamos com as empresas para identificar as oportunidades mais adequadas aos seus projetos, estruturamos candidaturas competitivas e asseguramos um acompanhamento contínuo na execução dos projetos financiados. Além disso, promovemos parcerias estratégicas entre empresas, universidades e centros de investigação, reforçando a colaboração internacional e aumentando as probabilidades de sucesso no acesso a estes fundos. Gerimos atualmente mais de 40 projetos financiados por programas como Horizonte Europa, H2020, EIC Accelerator, Life, Erasmus+ e Interreg.
Oferecemos suporte em gestão administrativa, financeira e contratual, assegurando comunicação interna, análise de elegibilidade de despesas, relatórios financeiros e interação com organismos financiadores. Adicionalmente, destacamo-nos em atividades de disseminação e comunicação, como newsletters, materiais promocionais e eventos.
Com uma abordagem personalizada, ajudamos as empresas a concretizar projetos de impacto, como o AGRO4AGRI, financiado com 5,3 milhões de euros, reforçando Portugal como um hub de inovação na Europa. Além disso, somos ainda parceiros dos seguintes projetos a nível europeu: Healing Bat, Bertha e 2D NeuralVision.

Quais são os maiores desafios que as empresas enfrentam?
As empresas enfrentam inúmeros desafios no acesso a financiamento externo para inovação, sendo os principais a complexidade dos processos de candidatura e a necessidade de cumprir critérios rigorosos de elegibilidade. Além disso, a falta de conhecimento técnico sobre os programas disponíveis e as dificuldades em medir o impacto dos projetos criam barreiras adicionais. Na FI Group, estamos empenhados em ajudar as empresas a superar estas dificuldades, simplificando os processos e garantindo que as candidaturas são apresentadas com clareza e rigor. Atuamos como parceiros estratégicos, oferecendo orientação técnica e estratégica para que as empresas possam concentrar-se no que fazem melhor: inovar e criar valor. O nosso compromisso é garantir que nenhuma boa ideia fique pelo caminho devido a barreiras burocráticas ou falta de recursos.