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A história de um inovador nato

Nuno Almeida e Silva partilhou a sua experiência em inovação, adquirida nas empresas que cofundou e vendeu, como a Outscope e a AnubisNetworks, e na liderança de projetos relevantes de transformação e consolidação das tecnologias de informação na Europa, no âmbito do Grupo Vodafone.

08 de Abril de 2025 às 14:30
Bruno Colaço
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Foto em cima: Nuno Almeida e Silva, diretor executivo da Claranet Portugal.


"A talk "Liderar o futuro da Inovação" contou ainda com Nuno Almeida e Silva, diretor executivo da Claranet, que partilhou a sua trajetória de empreendedor. Recuou até aos anos 90. Tudo começou na Telecel, uma "casa de grande inovação no produto e no serviço ao cliente". Recordou o seu primeiro telemóvel Ericsson 388, o pager que vibrava como um alerta cirúrgico e a cultura de encontrar soluções rapidamente.


Em 2000, a Telecel faz um spin-off do negócio de Internet, criando a Telecel Online. Nuno Almeida e Silva ajudou a desenvolver uma nova plataforma de e-mail em parceria com a Microsoft e a HP, tendo viajado para Redmond, nos EUA, para testar a arquitetura. Em 2002, regressou à Vodafone (que adquirira a Telecel), integrou a equipa 3G Lab e criou o Vodafone Mail, aproveitando a experiência anterior. Na fase seguinte, trabalhou em projetos partilhados para o grupo Vodafone.

Foi então que, em 2003 fundou, com Francisco Fonseca, um projeto para prestar serviços na área de soluções Microsoft. "Em 2004 conseguir convencer?o grupo Vodafone e o António Carrapatoso?a criar o primeiro Competence Center de TI em Portugal" e, em 2005, saiu para explorar uma ideia que daria origem à Anubis Networks. A escolha do nome veio de Anubis, o deus egípcio protetor dos sarcófagos, e a adição de ‘Networks’ para dar um toque tecnológico. "Parecia mórbido, mas começava por A, o que ajuda quando se está em diretórios", brincou.

Concorreram a um programa de empreendedorismo na Universidade Católica e venceram, atraindo a atenção da Nova Capital, que investiu meio milhão de euros. Para integrar o capital, Nuno Almeida e Silva realizou uma segunda hipoteca sobre a sua casa. Em 2006, a Anubis abriu portas numa loja em Benfica, com cinco colaboradores. Apostaram num branding inovador, com "algemas de oferta" e imagens de "corpos de elite da segurança". Em 2007, conquistaram um prémio da APDC. Em 2009, internacionalizaram-se e ganharam o concurso para proteger as 120 mil mailboxes da Vodafone, lançando o Service Provider Edition.

Houve momentos críticos, como quando combatiam botnets e eram confundidos com criminosos, levando operadores a desligarem máquinas da Anubis. Precisaram do apoio da Claranet, através de António Miguel Ferreira, para manter a infraestrutura operacional. "Se não fosse a Claranet, a Anubis talvez tivesse fechado". A grande viragem surgiu com o Cyberfeed, um feed de threat intelligence que se tornaria o principal produto da empresa. A Bitsight, "em stealth mode e a pagar em dólares a tempo e horas", acabou por adquirir a Anubis em 2014, num negócio que Nuno Almeida e Silva descreveu como marcante. Em 2015, recebeu o prémio de "exit do ano" da Portugal Ventures.

Entretanto, Nuno Almeida e Silva continuou a empreender, criou a OutScope, que em 2021 seria adquirida pela Claranet. Hoje, dirige duas áreas estratégicas: a Claranet Business, focada em PME, e um modelo de nearshore para o resto do grupo. Em jeito de conclusão, deixou uma frase que resumiu o espírito do evento: "Inventar pode ser fácil, mas inovar é fazer acontecer com impacto real".

No final, o convite ficou lançado: as candidaturas ao Prémio Nacional de Inovação estão abertas para todos aqueles que, tal como os intervenientes nesta sessão, acreditam que a tecnologia é catalisadora de mudança e não tem fronteiras - do retalho ao desporto, passando pela saúde e pela cibersegurança. O palco está montado para as ideias que fazem a diferença. 

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