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Negócio é agora www.espanha.pt

A relação com Espanha é de “falsa proximidade”. Investir neste país significa encará-lo como um mercado distinto. Coimbra já desenvolveu um ecossistema tecnológico. Exportá-lo para Espanha é uma boa opção.

17 de Dezembro de 2014 às 09:00
Sergio Perez/Reuters
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Amigos amigos, negócios à parte. Em Espanha a lógica eleva-se a um outro patamar, dada a proximidade geográfica com Portugal. Não basta ser vizinho para garantir sucesso nos negócios: é preciso cuidar.


A relação com o mercado espanhol exige tempo e proximidade. O tratamento deve ser directo e pessoal, mas com um certo grau de informalidade. Por isso, invista esforços no contacto com os agentes com que terá de lidar. Pode fazê-lo com uma equipa dedicada em exclusivo a este mercado. Mas os maiores frutos virão quando der um rosto espanhol ao seu negócio, seja através da contratação de uma equipa ou do estabelecimento de uma parceria com empresas daquele país.


Só assim estará verdadeiramente preparado para lidar com a forte concorrência – local e internacional – que vigora em Espanha. O mercado espanhol atravessa um momento económico complicado, mas oportunidades continuam a existir. E levam a outros territórios: América Latina e África.


Apesar do recente desinvestimento, o sector das tecnologias da informação e comunicação (TIC) continua a ser apontado como um bom exemplo de investimento em Espanha. Em Coimbra, já estão lançadas muitas bases a esse nível. Moda, ambiente, aeronáutica, automóvel, logística e turismo completam o leque.


Têm contribuído para que Espanha mantenha a primeira posição nos destinos das exportações nacionais: vale 13 mil milhões de euros. Preços competitivos, talento e inovação são os ingredientes de sucesso na ligação. A balança comercial entre os dois países continua, contudo, negativa para Portugal.

 

 
Perguntas a Eduardo Henriques, Director da AICEP em Espanha
"É um mercado-teste natural"

A marca portuguesa é valorizada em Espanha ou a proximidade é apenas aparente?
Existe um certo grau de "nacionalismo", que privilegia o relacionamento com empresas de origem espanhola. A base desta dificuldade está na relativa "desconfiança" das empresas espanholas pelo desconhecimento sobre a fiabilidade do produto ou serviço, privilegiando o contacto com empresas que dominam a sua própria língua e que possuam uma sede local. A origem do produto ou serviço passa a ser menos relevante desde que a empresa conte com uma sede no mercado espanhol ou uma parceria com um sócio local.  

 

É um mercado de retorno imediato?

Não. As empresas que investem em Espanha não devem esperar um retorno rápido. Aconselha-se a manterem uma estratégia pró-activa e continuada a médio-longo prazo. Não podemos ignorar que Espanha é um mercado muito competitivo, com uma forte concorrência tanto das próprias empresas locais como das estrangeiras, pelo que é imprescindível uma abordagem agressiva e persistente.

 

De que forma Portugal poderá sair beneficiado?
As relações empresariais luso--espanholas continuam e continuarão a ser determinantes, pois Espanha é um mercado com dimensão ao lado de casa. Tem um grupo muito importante de empresas com presença mundial com as quais as nossas empresas podem facilmente trabalhar. É um mercado-teste natural para muitos dos nossos serviços e produtos que pode ser potenciado aproveitando o enorme espaço, ainda pouco explorado, para a cooperação entre empresas dos dois países em mercados de forte crescimento como a América Latina ou África.

 

 

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