Isto não vai lá com "portunhol". Para investir em Espanha, é preciso dominar a língua do país vizinho. "Nuestros hermanos" são reticentes a aprender línguas estrangeiras, o que poderá consistir uma barreira na comunicação. No outro lado da fronteira, seja espanhol.

O mercado espanhol é diferente do nacional. Vender em Espanha não é o mesmo que fazê-lo em Beja ou Vilar Formoso. Por isso, conheça a fundo as especificidades deste mercado antes de avançar. Para o sucesso ser maior, procure ter uma equipa dedicada em exclusivo a este mercado.

A aposta em trabalhadores espanhóis – que acabarão por atribuir alguma proximidade ao seu negócio – também pode ser uma opção. Para se trabalhar em Espanha é necessário estabelecer relações de confiança e de bom serviço: um envolvimento directo e pessoal, mas sem grandes cerimónias. Aqui, o planeamento tem de ser feito a longo prazo. Estabelecer parcerias com empresas espanholas poderá também ser uma boa solução.

Há mais para lá de Madrid. Nem sempre as oportunidades estão na capital. Tendo em conta as especificidades do seu negócio, procure outras cidades. Espanha é constituída por 17 comunidades autónomas: a descentralização do poder acaba por ser benéfica para o investimento, já que as medidas de fomento económico são definidas a uma escala mais local.

Seja flexível e cultive a flexibilidade na sua resposta. O lado latino aproxima os dois países, mas é a inovação e os custos de produção (20 a 30% mais baratos do que em Espanha) o que mais pesa no fecho positivo de um negócio. Apesar de Espanha ser um mercado maduro, as oportunidades são constantes, duplicando por dez [dimensão face a Portugal] o potencial. A porta da entrada no país vizinho poderá levar a outros destinos, como América Latina.