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"Viana do Castelo tem o objetivo de atingir a neutralidade carbónica em 2027", afirmou José Maria Costa, presidente da Câmara de Viana do Castelo. Nesse sentido já realizou um conjunto de investimentos para tornar esse objetivo plausível, como as redes de energia do biogás, o aproveitamento da energia eólica na serra de Santa Luzia, o projeto offshore Wind Float e ainda investimentos previstos, como a criação das comunidades de energia renovável nas áreas empresariais, de que é exemplo um projeto bastante consolidado para avançar já no próximo mês de outubro, na zona industrial do Neiva.
José Maria Costa salientou ainda os recentes investimentos das energias renováveis oceânicas, particularmente os projetos Wind Float e Core Power da energia das ondas. Estes "vieram demonstrar que Viana do Castelo tem condições naturais únicas na costa portuguesa para poder potenciar ainda mais este grande potencial energético renovável do nosso país. O grande potencial de energias renováveis oceânicas que Viana do Castelo dispõe na sua costa atlântica tem naturalmente motivado também o grande interesse de outras empresas, quer nacionais quer internacionais no setor da energia".
Para o autarca de Viana do Castelo um novo impulso pode ser dado pela abertura de novos espaços de concessão do ponto de vista da energia. "O desenvolvimento de um forte cluster de energias offshore em Portugal, energia eólica, energia das ondas, já iniciado em Viana do Castelo, tem também mobilizado as empresas e universidades e institutos para a instalação em Viana do Castelo de um centro nacional de desenvolvimento de energias renováveis offshore."
José Maria Costa sublinhou a importância de poder transferir mais conhecimento do sistema científico e tecnológico para as empresas e alargar a fileira, envolvendo os estaleiros navais, as empresas de metalomecânica, instaladoras elétricas, e a substituição de materiais por outros mais amigos do ambiente. É uma oportunidade de crescimento e de emprego e de economia em torno da metalomecânica, da construção e reparação naval, nas atividades logísticas com as embarcações, nas indústrias de cabos e amarrações, nos sistemas eletrónicos e muitas outras especialidades.
Como exemplo das parcerias entre universidades, politécnicos com parceiros europeus salientou o recente projeto "Atlantic Project", liderado pelo INESC. "É uma demonstração da nossa capacidade de liderança europeia, mas acima de tudo do elevado grau e maturidade e de conhecimento e também do reconhecimento internacional dos nossos centros de investigação e também dos nossos investigadores", considerou José Maria Costa.
Viana do Castelo aprovou no passado mês de julho a sua agenda de economia do mar, em que de uma forma sistemática e concreta elaborou os grandes objetivos para os próximos anos. Em primeiro lugar, o desenvolvimento de um hub de um porto tecnológico, de um port tech. Em segundo lugar, conjuntamente com o sistema científico, desenvolver novas formas e novos materiais para a pesca, de uma forma mais amiga do ambiente, substituindo técnicas e tecnologias antigas por materiais mais amigos do ambiente. Em terceiro lugar, desenvolvimento das apostas nas energias renováveis oceânicas. Em quarto lugar, o aprofundamento daquilo que tem a ver com o sistema científico na monitorização ambiental das costas, no aprofundamento da biodiversidade e dos sistemas costeiros marinhos. E por último criar mais emprego, mais economia e mais interação entre os diversos players.
Esta é a mais recente iniciativa do Jornal de Negócios dedicada à temática da sustentabilidade, cada vez mais relevante nos nossos dias, e neste caso a sustentabilidade na vertente Mar. O objetivo esta iniciativa é o de promover o conhecimento sobre a Economia Azul e distinguir projetos e ações alinhadas com o objetivo da sustentabilidade de acordo com a abordagem ESG - Environment, Social and Governance (rentabilidade com elevado desempenho ambiental e social).