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Miguel Silva: “O valor que estamos a criar é de conhecimento”

“Enquanto empresa estamos a construir conhecimento inovador em fabrico em material compósito de fibra de vidro com dimensões e processos nunca antes experimentados pela indústria”, referiu Miguel Silva.

24 de Setembro de 2021 às 18:30
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A Corpower Ocean vai investir em Viana do Castelo um total de 16 milhões de euros. Os primeiros investimentos iniciaram-se no primeiro trimestre de 2020 com o estabelecimento da base de operações em Viana do Castelo. Em termos de operações passa por constituir uma equipa de engenharia para levar a cabo as fases finais de desenvolvimento do produto em Portugal e também a criação de novas profissões como engenheiros eletrotécnicos e mecânicos de manutenção "que sejam capazes de trabalhar em alto mar e nas condições adversas que o mar assim define", considerou Miguel Silva, diretor da Corpower Ocean.

"O objetivo é ter uma equipa no fim dos próximos dois anos de 16 profissionais altamente qualificados. Logo a seguir ao primeiro parque comercial, vai-se construir uma fábrica em Viana do Castelo que nos permita exportar não só conhecimento mas também peças, e continuar a apostar na engenharia local para contribuir com desenvolvimento para o produto que estamos a fabricar", afirmou Miguel Silva.

Em Viana do Castelo fizeram um centro de desenvolvimento e investigação para permitir terminar a fase de construção da boia, um dispositivo oscilante vertical que tem na componente flutuadora uma boia construída em material compósito com nove metros de diâmetro e que está em fase de início de produção. O projeto principal da empresa, HiWave-5, com a demonstração do parque de energia das ondas ao largo da Aguçadoura, Póvoa de Varzim

Novas profissões de mar

"Enquanto empresa estamos a construir conhecimento inovador em fabrico em material compósito de fibra de vidro com dimensões e processos nunca antes experimentados pela indústria", referiu Miguel Silva. "Estamos a capitalizar todo o conhecimento que a cidade de Viana do Castelo acumula em compósitos. Falamos nos estaleiros, na construção metalomecânica, mas Viana do Castelo tem muito conhecimento acumulado em compósitos: fabrico, processo e em desenho", acentuou Miguel Silva. Referiu ainda a proximidade da Universidade do Minho, em que estão em estreita parceria com o PIEP (Polo de Inovação em Engenharia de Polímeros) e também com o Instituto Politécnico de Viana do Castelo.

O centro de desenvolvimento vai servir também para desenvolver e fazer crescer todo o conhecimento das operações marítimas, que não existe neste momento, tanto sobre a operação, como a manutenção, e o upgrade desses equipamentos. "Para além da integração final dos componentes produzidos na Suécia e em Portugal, vamos utilizar este centro para fazer nascer conhecimento na manutenção e operação de parques de energias das ondas", disse Miguel Silva.

"Além de investir, o importante para os portugueses é dar conhecimento que fixa a tecnologia, porque não vale a pena vir cá experimentar e depois o valor acrescentado desaparece porque o conhecimento não é nosso. O valor que estamos a criar em Viana do Castelo é de conhecimento, é de criar novas profissões, conhecimento que enraíza a empresa nesta localidade. Pararmos de fazer transferência de tecnologia pura e dura, ou sermos pequenas partes de uma cadeia de fornecimento, mas gerar conhecimento e mantê-lo."