Outros sites Medialivre
Notícia

A otimização é a palavra-chave nas energias do mar

Marco Alves diz que otimizar é a palavra-chave e significa melhorar e aumentar a produção e reduzir custos, e acrescenta que é um desafio do setor em termos globais e não apenas em Portugal.

24 de Setembro de 2021 às 17:30
Marco Alves sustenta que otimizar é a palavra-chave para o setor das energias do mar. Luís Vieira
  • Partilhar artigo
  • ...

O Ocean Act é uma iniciativa cujo objetivo é criar uma entidade para gerir e dinamizar as zonas-piloto e de teste de Viana do Castelo e a Aguçadoura e é promovido por cinco stakeholders importantes nesta área, o INESCTEC, o CEiiA, Wavec e o Fórum Oceano, mas está aberto a parceiros locais. "O foco desta entidade é a demonstração técnica da tecnologia e não está circunscrita à energia, mas está aberta também à aquacultura offshore, tecnologia de apoio que incluem a robótica, under water ou above water", disse Marco Alves, CIO da Colab +Atlântico, ACT.

Explicou que para a Ocean Act dinamizar significa atrair tecnólogos nacionais mas sobretudo internacionais, dando condições para que possam testar as suas tecnologias facilitando o acesso a zonas de teste. Mas, "acima de tudo apoiá-los do ponto de vista técnico-científico com serviços de grande valor acrescentado com muita base científica e que permitam a esses tecnólogos, num período curto, testar e provar a eficiência técnica e económica das tecnologias".

Energia eólica flutuante

Em termos de estrutura e de financiamento "ainda não está assegurado", referiu Marco Alves. "A questão do financiamento é crítica porque permite resolver um problema que é o dos dados". Salientou ainda que a questão dos dados é fundamental para "aliviar o risco que o tecnólogo vem enfrentar e centrar o risco do tecnólogo no que é a tecnologia, que é um risco próprio e no risco financeiro. Mas todos os outros riscos serão aliviados se nós conseguirmos atrair e dar a esses tecnólogos um conhecimento detalhado e caracterizado do espaço do ponto de vista da batimetria, dos recursos, como os geotécnicos. Centrar a questão do financiamento na obtenção desses dados".

A energia eólica flutuante está mais avançada do que o "tide", as correntes e as ondas, mas os principais desafios são os mesmos em todas, considera Marco Alves, e que é serem competitivas do ponto de vista técnico-económico. A questão não é tanto técnica, embora haja aspetos técnicos que têm de ser otimizados como a marinização das turbinas, do controlo, acessibilidade das plataformas, mas o foco fundamental é melhorar o cost-effectiveness.

"É a única forma de fazer com que o setor seja competitivo quando comparado com formas de produção de energia mais comuns. Este é um aspeto fundamental, é num certo sentido a função objetiva, tudo o que faça hoje é para a otimização da operação e manutenção, da instalação, da manufatura, todos os aspetos que têm de convergir de modo a tornar o setor mais competitivo".

Resume Marco Alves que otimizar é a palavra-chave e significa melhorar e aumentar a produção e reduzir custos. Acrescenta que é um desafio do setor em termos globais e não apenas em Portugal e acentua que os players em Portugal estão a olhar para o setor desta forma como a Wavec, o INESCTEC, o CEiiA, e a + Atlantic, laboratório colaborativo onde Marco Alves é o CIO.

"Tem de se olhar com cuidado para estes desafios para saber como é que se pode contribuir para tentar mitigá-los. Estamos a tentar desenvolver algoritmia para otimizar estratégias para operação e manutenção com recurso à ciência para contribuir para esta melhoria do setor."