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Banco fácil de usar, sem burocracia nem agências

“Começámos por querer ser o primeiro banco pan-europeu. Mas depois expandimos a nossa visão para nos tornarmos no primeiro banco digital de retalho”, disse Sarunas Legeckas.

05 de Novembro de 2019 às 11:00
Sarunas Legeckas diz que os bancos digitais têm aberta a porta do crescimento.
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"Descobri recentemente que os bancos podem cobrar taxas de manutenção da conta e comissões de transferências. É ridículo e tem de mudar", afirmou Sarunas Legeckas, diretor-geral para 18 mercados europeus da N26, que deve o seu nome Às 26 peças do cubo de Rubik.

O N26 oferece contas gratuitas, sem cobrar levantamentos e transferências, permite manter a conta bancária quando se muda de país, além de ter contas premium com subscrição entre os dez e os dezassete dólares.

"Porque é que precisamos de inovação na banca?". A explicação é que a banca, tal como outras indústrias, está a ser atravessado pela transformação digital como aconteceu com a música, o entretenimento, a mobilidade. Além disso, os consumidores, sobretudo a nova geração perderam a confiança nos bancos e nas grandes empresas, sobretudo a partir da crise financeira de 2008, e a regulação está a evoluir e a ficar sem fronteiras.

100 mil em Portugal

Sarunas Legeckas referiu que "sete em cada dez ‘millennials’ preferiam ir ao dentista do que ao seu banco local. E um em cada três está aberto a mudar de banco nos próximos três meses", o que abriu porta a esta oportunidade dos bancos digitais.

Considerou que "a banca de retalho está ultrapassada, tem design desadequado e custos elevados" e, por exemplo, o N26 surgiu em 2013 como Number 26 tendo a licença bancária sido concedida em julho de 2016 pelo BaFin (autoridade de supervisão financeira alemã). Em dezembro passou a chamar-se N26 passou a atuar nos países da zona euro, através da conta corrente, o serviço financeiro mais básico que presta.

A "promessa é simples com um banco que as pessoas gostam de usar, fácil de configurar, totalmente móvel, sem burocracia, grande transparência nos serviços e nos preços, e personalização da banca para capacitar nossos clientes", referiu Sarunas Legeckas.

A banca de retalho está ultrapassada, tem design desadequado e custos elevados.

Temos tido um grande crescimento em Portugal. Pretendemos acabar o ano com 100 mil clientes.
Sarunas legeckas
Diretor-geral europeu do N26


"Começámos por querer ser o primeiro banco pan-europeu. Mas depois expandimos a nossa visão para nos tornarmos no primeiro banco digital de retalho", disse Sarunas Legeckas. Em julho de 2019 o N26 chegou ao mercado norte-americano e os planos de expansão passam por entrar no mercado australiano, brasileiro e canadiano num total de 26 mercados e 3,5 milhões de utilizadores.

O N26 entrou em Portugal e Sarunas Legeckas referiu que "temos muito secretismo em relação a isso, mas vou aproveitar a minhas primeira visita a Portugal e posso dizer que temos tido um grande crescimento aqui e pretendemos acabar o ano com 100 mil clientes". Sublinhou ainda que não têm planos a curto ou médio prazo para abrir um escritório em Portugal. "Temos talento português entre os 1300 colaboradores em Berlim. Defendeu-se com o exemplo do Spotify, empresa sueca de streaming de música que "é uma empresa com escala e que está centralizada em apenas um país".

Grande Encontro Banca do Futuro

O Jornal de Negócios realizou um Grande Encontro, Banca do Futuro, um fórum de debate obrigatório para os decisores e players do setor, com o apoio da Claranet, Cuatecasas, Deloitte e FCA Group (Alfa-Romeo). Contou com a presença de Carlos Costa , Governador, Banco de Portugal, Sarunas Legeckas, General Manager, N26, que falou da inovação bancária na Europa. Seguiu-se o debate sobre a transformação digital do setor bancário com António Miguel Ferreira, managing director da Claranet Portugal, João Freire de Andrade, presidente da Portugal FinTech, João Sales Caldeira, sócio da Deloitte e Paulo Costa Martins, sócio da Cuatrecasas. A mesa redonda "Banco do Futuro" contou com António Ramalho, presidente da Comissão Executiva do Novo Banco, Miguel Maya, presidente da Comissão Executiva do Millenniumbcp e Paulo Macedo, presidente da Comissão Executiva da Caixa Geral de Depósitos.

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