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Juros portugueses em queda contrariam Espanha e Itália
Os juros de Portugal no mercado secundário estão a cair em todos os prazos. Uma tendência que não é verificada por países como Espanha e Itália.
Os juros da dívida pública portuguesa no mercado secundário estão a recuar em todas as maturidades. A dois anos, as "yields" da dívida nacional descem 4,6 pontos base para 1,152%, a cinco anos recuam 4,8 pontos base para 2,538%. E a dez anos, de acordo com as taxas genéricas da Bloomberg, os juros exigidos pelos investidores para trocarem dívida entre si deslizam 4,9 pontos base para 3,652%.
O prémio de risco de Portugal – que é medido através da diferença entre as taxas exigidas pelos investidores para transaccionarem dívida de Portugal e dívida da Alemanha, que é considerada como referência – está igualmente a cair situando-se nos 224,3 pontos base.
Portugal saiu do programa de assistência económica e financeira no passado dia 17 de Maio, sem pedir o apoio de um programa cautelar. Após essa data, várias agências de "rating" pronunciaram-se sobre a classificação da dívida nacional. A última foi a canadiana DBRS que, na passada sexta-feira, manteve o "rating" de Portugal inalterado em "BBB" (baixo), mas melhorou a perspectiva de "negativa" para "estável".
Por outro lado, os juros da dívida italiana estão a subir em todos os prazos. As "yields" avançam, a dois anos, 1,7 pontos base para 0,793% e 1,1 pontos base para 1,703% a cinco anos. A dez anos as taxas exigidas pelos investidores para trocarem dívida entre si somam 1,1 pontos base para 2,993%.
Tendência semelhante verifica-se com os juros de Espanha. A dois anos, as "yields" somam 2,7 pontos base para 0,749%, a cinco anos crescem 0,7 pontos base para 1,603% e a dez anos ganham 1,5 pontos base para 2,909%.
No caso da Irlanda, os juros da dívida caem em todos os prazos, com excepção para a maturidade a dois anos. Neste prazo, as "yields" avançam 0,9 pontos base para 0,473%. A cinco anos, as taxas recuam 2,9 pontos base para 1,323% e a dez anos cedem 2,1 pontos base para 2,684%.
Ontem, o vice-primeiro-ministro da Irlanda, Eamon Gilmore, pediu demissão após os maus resultados do Partido Trabalhista nas eleições europeias. A Irlanda deixou o seu programa de resgate no final do ano passado e sem recorrer a um programa cautelar. Um caminho que Portugal também seguiu.