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Juros da dívida pública em forte queda em todos os prazos
Os juros da dívida pública portuguesa fecharam esta segunda-feira em queda, denotando assim um alívio na pressão sobre a dívida nacional. Este alívio surge no mesmo dia em que o presidente da Comissão Europeia garantiu que não está a ser preparado um segundo resgate a Portugal.
Os juros da dívida pública portuguesa encerraram a sessão desta segunda-feira a aliviar com força em todas as maturidades no mercado secundário, num movimento que ganhou expressão na última hora de negociação.
Isto apesar de, esta manhã, os juros terem estado a subir com os investidores a demonstraram estar preocupados com o clima de incerteza nos Estados Unidos e em Itália. Este clima que pairava fez com que os investidores pedissem taxas mais elevadas para trocar dívida portuguesa bem como italiana e espanhola.
No fecho da sessão, os juros da dívida pública portuguesa a dois anos estava nos 5,196%, uma queda de 20 pontos base. A cinco anos a tendência foi também descendente, com os investidores a pedirem 6,038%, uma queda de 22 pontos base. Já a dez anos, a queda é menor mas mesmo assim, os juros estão abaixo da barreira psicológica dos 7%. Os investidores pedem uma taxa de juro de 6,676%, na maturidade a dez anos, registando assim uma queda de 16 pontos base para o nível mais baixo desde 3 de Setembro.
A tendência de queda registou-se também em Espanha com os juros a caírem em todos os prazos. A dois anos, a taxa de juro situa-se nos 1,506% e a dez anos a taxa de juro está nos 4,298%.
Tendência oposta registou-se em Itália, onde paira um clima de incerteza política, com os ministros do partido de Sílvio Berlusconi a demitirem-se do Governo do primeiro-ministro Enrico Letta e com o chefe de Governo a pedir apoio com a votação de uma moção de confiança já esta quarta-feira. Os juros da dívida italiana subiram na generalidade dos prazos estando, na maturidade, a dez anos nos 4,431%.
Barroso nega preparação do segundo resgate e Alemanha disponível para ajudar
O alívio registado na dívida pública portuguesa negociada entre investidores foi notório na recta final da sessão. Isto depois de Durão Barroso, presidente da Comissão Europeia, ter sido peremptório ao afirmar que não está a ser preparado um segundo resgate a Portugal.
“Contrariamente a notícias que vi, não há qualquer preparação, por parte das entidades da União Europeia ou do FMI [Fundo Monetário Internacional], de um outro programa. Estamos é concentrados na implementação deste programa, e é aí que nos devemos concentrar. Aliás, esse é o interesse, estou seguro, quer de Portugal, quer dos países da zona euro e da União Europeia no seu conjunto", afirmou.
Também esta segunda-feira foi avançado que a Alemanha está disponível para “falar” sobre uma nova ajuda a Portugal depois de o actual programa de assistência estar concluído.
“Portugal, de acordo com a minha percepção, empreendeu grandes esforços políticos – tanto no sentido de melhorar a competitividade como no sentido de melhorar a consolidação orçamental”, afirmou Michael Meister, vice-presidente do grupo parlamentar da CDU, o partido da Chanceler Merkel. O responsável acrescentou que “se mais assistência for necessária além do programa [de assistência financeira que termina em 2014], então devemos estar prontos para falar sobre isso”.