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Juros da dívida portuguesa em alta pela terceira sessão

As “yields” associadas aos títulos a dez anos já estiveram hoje a subir 20 pontos base. Estão agora menos pressionadas, mas esta taxa de referência voltou a ficar acima de 6,5%. Porquê?

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09 de Janeiro de 2013 às 10:42
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As taxas de rendibilidade associadas aos títulos de dívida pública portuguesa estão hoje, pela terceira sessão consecutiva, a subir e, mais uma vez também, de forma singular no quadro dos países do euro.

 

Em todos os prazos, o início da sessão foi marcado por subidas expressivas dos “juros”, que oscilaram entre os 20 e os 34 pontos base. Esse agravamento já foi entretanto atenuado.

 

No caso das obrigações a dez anos, as “yields” estão agora a subir menos de seis pontos, mas já acima da fasquia de 6,5% (6,52%). A três e cinco anos, as “yields” respectivas persistem acima dos patamares de 4% (4,45%) e de 5% (5,36%). A dois anos, a subida é ainda a mais expressiva; 20,9 pontos base para 3,97%.

 

As últimas três sessões têm contrariado a dinâmica de queda dos juros da dívida que se intensificou na recta final do ano de 2012. Porquê?

 

Uma das explicações possíveis é avançada por Soeren Moerch, que dirige o departamento de dívida soberana na sede do Danske Bank, em Copenhaga. Em sua opinião, o valor no mercado (secundário) das obrigações portuguesas está a cair (e as “yields” a subir) devido “à especulação de que Portugal possam seguir o exemplo da Irlanda na venda de títulos através dos bancos”, em operações sindicadas. Em declarações à Bloomberg, o economista diz que estão a “recomendar aos investidores que  comprem os títulos em baixa”.

 

Ontem, o Tesouro irlandês colocou 2,5 mil milhões de euros em títulos de dívida com maturidade em Outubro de 2017 (quase cinco anos), com a procura quase triplicar a oferta e uma taxa de rendibilidade implícita de 3,35%. Esta taxa é inferior à média subjacente à dívida contratada antes do resgate (4,7%), e fica próxima, mas ainda acima, do juro pedido pela parte europeia nos empréstimos da troika (3,1% e 2,5%, consoante os fundos de resgate, MEEF e FEEF).

 

A operação, que traduz um passo decisivo para um pleno regresso aos mercados, foi qualificada de “sucesso” pelo Governo irlandês e pelos analistas. Em declarações à Reuters, Owen Callan do Danske Bank (um dos bancos envolvidos na operação) considerou que estes resultados revelam que os “investidores acreditam na história da recuperação irlandesa”.

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