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Governo diz a clientes dos bancos para serem "exigentes" com juros dos depósitos

Se há margem para o setor financeiro melhorar a remuneração das poupanças como indica o Banco de Portugal, então são os clientes que deve estimular o dinamismo do mercado, indica o secretário de Estado das Finanças.

Mariline Alves
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O Banco de Portugal tem multiplicado os apelos aos bancos para melhorarem a remuneração das poupanças, refletindo a subida dos juros do Banco Central Europeu (BCE) nos depósitos das famílias. O Governo põe o foco nos clientes, a quem diz para exigir mais das instituições financeiras.

"Entendemos que os clientes devem ser particularmente exigentes em relação aos bancos com que trabalham", afirmou o secretário de Estado das Finanças, João Nuno Mendes, quando questionado esta quarta-feira na Comissão de Orçamento e Finanças sobre a demora das taxas de juro em subirem e os apelos que têm vindo a ser feitos pelo supervisor do setor financeiro.

"O Governo tem estado na linha da frente desse apelo e temos a convicção de que a concorrência vai aumentar", disse, sublinhando que os depositantes têm o poder de gerar dinamismo no mercado português, que conta com juros dos depósitos entre os mais baixo da União Europeia.

A taxa de juro dos novos depósitos a particulares ultrapassou 1% pela primeira vez em oito anos, tendo atingido 1,03% em abril. É, contudo, cerca de metade da média europeia e um terço do que é pago em Itália, por exemplo.

"Como clientes, temos de ter consciência que não valemos um mês de transações para um banco. Acreditamos muito na importância da concorrência, de verem tabelas comparativas. Esta pressão, exigência e disponibilidade para mudar de banco é fundamental para que a banca mude as condições", sublinhou o governante.

Bloco de Esquerda e PCP (que pediu a audição do Governo no Parlamento) criticam a decisão do Governo de lançar uma nova série de certificados de aforro com um limite de juros mais baixo por considerarem que é um desincentivo à banca para melhorar os juros dos depósitos.

João Nuno Mendes voltou a recusar que tenha havido qualquer pressão do setor financeiro em relação à alteração, dizendo que já estava decidida desde abril, mas que foram necessárias seis semanas para a concretizar devido a procedimentos internos.

"Temos demonstradosempre uma total independência" em relação à banca defendeu. E deu como exemplo o pacote legislativo de redução de comissões bancárias que começou a entrar em vigor no mês passado, bem como o fim da comissão de reembolso antecipado no crédito no final do ano passado.

Segundo João Nuno Mendes, estas alterações já estão a ter efeitos nas dinâmicas de mudança de banco por parte dos clientes, em particular de crédito. "
Nunca houve tanta concorrência", acrescentou.

(Notícia atualizada às 12:20)
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