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BCE faz segunda pausa consecutiva e fecha o ano com juros na Zona Euro inalterados

O conselho de governadores, que é liderado por Christine Lagarde, decidiu começar, no segundo semestre do ano, a diminuir a quantidade de dívida comprada na pandemia que tem em carteira.

14 de Dezembro de 2023 às 13:16
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As taxas de juro na Zona Euro vão manter-se inalteradas. A decisão tomada pelo Banco Central Europeu (BCE) no encontro desta quinta-feira é a segunda pausa consecutiva no ciclo de subidas que dura desde julho de 2022 e no qual foram já concretizados 10 aumentos consecutivos, num total de 450 pontos base, para tentar domar a inflação na região.

"O Conselho do Banco Central Europeu (BCE) decidiu hoje manter as três taxas de juro diretoras do BCE inalteradas", anunciou a autoridade monetária. A taxa de depósitos fica assim no máximo de sempre de 4%, a aplicável às operações principais de refinanciamento em 4,5% e a de cedência de liquidez em 4,75%.

A manutenção destes níveis era já esperada pelo mercado dada a evolução da inflação e da economia. A inflação global ficou em 2,4% em novembro, o nível mais baixo desde julho de 2021 e abaixo dos 2,9% em outubro. A inflação subjacente foi de 3,6% contra os 4,3% no mês anterior, uma queda refletida tanto nos bens (2,9%, abaixo dos 3,5% anteriormente) como nos serviços (4%, abaixo dos 4,6% anteriormente) . Além disso, esta queda verificou-se em toda a Zona Euro.

"Embora a inflação tenha descido nos últimos meses, é provável que volte a subir temporariamente no curto prazo", justificou o BCE, que reviu também as projeções económicas, apontando agora para que o índice de preços no consumidor fique, no próximo ano, em 2,7%, abaixo dos anteriores níveis 3,2% projetados pelo "staff" do banco central.

O conselho do BCE garante que está "determinado" a assegurar o retorno atempado da inflação ao objetivo de médio prazo de 2%. Com base na sua atual avaliação, considera que "as taxas de juro diretoras do BCE estão em níveis que, se forem mantidos por um período suficientemente longo, darão um contributo substancial para esse fim". Sublinha ainda que as futuras decisões "assegurarão que as taxas diretoras serão fixadas em níveis suficientemente restritivos durante o tempo que for necessário".

Além das taxas de juro, o banco central liderado por Christine Lagarde tem usado também os programas de compra de dívida para retirar liquidez do mercado e refrear os preços. Nesse sentido, o Conselho do BCE anunciou que "decidiu prosseguir com a normalização do balanço do Eurosistema".

Durante o primeiro semestre de 2024, pretende continuar a reinvestir, na totalidade, os pagamentos de capital dos títulos vincendos adquiridos ao abrigo do programa de compra de ativos devido a emergência pandémica (PEPP, na sigla em inglês). Mas no segundo semestre do ano já tenciona reduzir a carteira do PEPP, em média, em 7,5 mil milhões de euros por mês. Pretende descontinuar os reinvestimentos no âmbito do PEPP no final de 2024.

Já no caso da carteira do programa habitual de compra de ativos (APP) está a diminuir a um ritmo que classifica como comedido e previsível. "O Conselho do BCE continuará a aplicar flexibilidade no reinvestimento dos reembolsos previstos no âmbito da carteira do PEPP, a fim de contrariar os riscos para o mecanismo de transmissão da política monetária relacionados com a pandemia", acrescenta.


(Notícia atualizada às 13:20)

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