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29. As taxas dos depósitos vão continuar a cair?
A "guerra dos depósitos" já passou à história. Há muito que os bancos não procuram captar as poupanças dos clientes com a oferta de taxas elevadas. De um pico acima de 4,5%, os juros oferecidos pelas instituições financeiras estão agora abaixo da fasquia dos 2%. Um nível do qual dificilmente baixarão, especialmente num contexto de forte concorrência por parte dos produtos do Estado. Mas a margem para subirem também é limitada.
As menores necessidades de liquidez por parte do sector financeiro, associadas a um período de juros baixos nos mercados (fruto do excesso de liquidez no sistema), mas também os "limites" à remuneração impostos pelo Banco de Portugal ditaram uma descida acentuada das taxas praticadas pelos bancos nos depósitos. Estes são factores que continuam a vigorar.
Em Outubro, a taxa média oferecida nas aplicações até um ano ficou nos 1,96%. Desde Junho que tem permanecido em volta dos 2%, um sinal de que os bancos consideram este nível o adequado (sem lhes penalizar a margem financeira). Conseguir juros mais elevados do que estes só mesmo recorrendo a instituições mais pequenas que têm procurado aumentar a sua quota de mercado com taxas acima de 3%.
Dados os "limites" do regulador, será difícil que os bancos (nomeadamente CGD, BCP, BES, BPI e Santander Totta) subam os juros de forma expressiva, mesmo que estejam tentados a tal. É que o sector está a ser confrontado com uma forte concorrência por parte dos produtos do Estado. Os certificados de aforro estão a pagar taxas acima dos 3%, já os "Certificados do Tesouro Poupança Mais" estão a atrair muitas poupanças com os juros crescentes até 5%. No espaço de apenas um mês, estes novos títulos arrecadaram quase 460 milhões de euros.