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S&P causa surpresa ao manter rating de Itália

Esperava-se que a S&P cortasse a notação financeira de Itália, mas a agência só desceu a perspectiva para negativa.

26 de Outubro de 2018 às 21:23
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A Standard & Poor’s manteve a notação financeira de Itália em BBB (segundo nível acima de "lixo"), surpreendendo o mercado já que os analistas esperavam um corte de um nível para BBB-.

 

A perspectiva foi alterada de estável para negativa, indicando que a próxima alteração poderá passar uma por uma descida da perspectiva.

 

Itália escapou assim corte de rating e ao cenário mais temido mas admitido por alguns analistas de corte de dois níveis no "rating", o que atiraria a notação financeira do país para grau especulativo, ou seja, "lixo". Um corte desta dimensão iria acentuar ainda mais o receio dos investidores com a divida italiana, numa altura em que os juros do país já estão em máximos de quatro anos e com um diferencial ("spread") superior a 300 pontos base face aos títulos alemães.

 

A S&P acabou assim contrariar o que fez a Moody’s na passada sexta-feira, pois esta agência reduziu o rating de Itália para o nível mais baixo de grau de investimento (Baa3). Uma decisão que reforçou a expectativa de que a S&P também iria cortar o rating num nível.

 

A menos que uma das três agências opte por efectuar uma revisão extraordinária ao rating de Itália, o país ficará fora do lixo até ao final do ano (a Fitch já tinha alterado a notação em Agosto).

 

A dívida italiana mantém assim uma classificação superior à portuguesa, pois a S&P atribui a Portugal um "rating" que está no primeiro nível acima de lixo.

 

Apesar da S&P atribuir a Portugal um nível de risco superior ao de Itália, os mercados estão a diferenciar o risco da dívida dos dois países. Os juros da dívida italiana a 10 anos estão em redor de 3,5%, cerca de 150 pontos base acima da taxa das obrigações portuguesas com a mesma maturidade.

Críticas ao Orçamento

 

Apesar de ter sido mais branda do que se esperava, a S&P avança com críticas ao actual governo italiano e à sua proposta de orçamento que foi rejeitada por Bruxelas numa decisão que nunca a Comissão Europeia tinha adoptado até hoje.

 

No entender da agência, as políticas orçamentais que o Governo de Giuseppe Conte pretende implementar "representam um risco para o desempenho económico" do país. O plano orçamental de Itália "representa uma reversão face ao anterior ritmo de consolidação orçamental", refere a nota da S&P.

 

O Governo apoiado pela Liga e pelo 5 Estrelas entrou em confronto com Bruxelas depois de ter desenhado um orçamento que projecta um défice de 2,4% do PIB. A S&P estima valor ainda maior, apontando para 2,7%.

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