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Rabobank: PS e PSD são ambos soluções "relativamente amigáveis do mercado"

O Rabobank considera que o PS continua comprometido com os objectivos de redução do défice e da dívida, voltando por isso a ser percepcionado como uma solução de governo "relativamente amigável do mercado".

Miguel Baltazar/Negócios
11 de Novembro de 2015 às 10:23
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Após conhecer os acordos dos partidos de esquerda para a formação de um novo Governo, o Rabobank considera que o PS está comprometido com os objectivos da dívida e do défice, não constituindo por isso uma ameaça para os mercados. Contudo, o risco de um corte do "rating" pela DBRS aumentou.

"Parece que a CDU e o BE colocaram de lado algumas das suas ideias mais extremistas", escreve o Rabobank numa nota para investidores, publicada esta quarta-feira, 11 de Novembro. "Parece que o PS não ficará refém dos seus parceiros radicais (ao contrário do que está a acontecer na Catalunha)", diz o banco, após registar o compromisso do PS de continuar a reduzir o défice e a dívida, a ausência de um plano para renegociação da dívida e a implementação da ideologia do BE e CDU principalmente através de reformas na regulação do mercado laboral.

"De certa forma, isto leva-nos de volta ao cenário anterior às eleições, em que a PàF e o PS tinham ideias gerais semelhantes sobre o défice e dívida pública e eram ambos percepcionados como resultados relativamente amigáveis dos mercados", considera o banco. A grande questão agora é a capacidade de entendimento entre os três partidos, escrevem os analistas. 

DBRS pode descer "outlook" mas não o "rating"

O Rabobank destaca que o risco de a DBRS cortar o "rating" de Portugal para "lixo" – comprometendo a elegibilidade das obrigações portuguesas para o programa de compras do BCE – aumentou. Contudo, a existir um corte não deverá ser já esta sexta-feira, realça o banco. "A haver alguma alteração, um movimento no ‘outlook’ parece o cenário mais provável". Uma visão partilhada pelos analistas do Commerzbank e do Deustche Bank.

O HSBC também destaca a importância do "rating" da DBRS, que considera ser o "evento mais importante para Portugal agora". O analista Fabio Balboni escreve numa nota para investidores que o risco de corte do "rating" aumentou, mas que a DBRS poderá adiar a decisão caso se mantenha a incerteza relativamente ao cenário político.

Para o HSBC, a nomeação de António Costa para formar Governo parece "cada vez mais provável". O banco também destaca o compromisso do PS com consolidação fiscal, apesar de notar que os outros partidos da aliança de esquerda são menos favoráveis à aplicação de qualquer medida de austeridade. 

O Citi diz que a decisão do Presidente da República "permanece altamente incerta", mas os riscos de maior pressão nos activos portugueses seriam mais elevados com um governo de esquerda do que com uma administração de centro direita minoritária". O programa do PS deverá enfrentar "uma oposição significativa em Bruxelas, colocando novamente na mesa as preocupações de mercado sobre a sustentabilidade fiscal e, possivelmente, até mesmo sobre a permanência na Zona Euro", o que aumentaria a recente pressão registada nos activos portugueses.

Contudo, um governo de gestão também poderia colocar em risco a consolidação fiscal, abrindo um buraco no valor de 1,5 mil milhões de euros, de acordo com os dados apresentados pela Ministra das Finanças, notam os analistas do Citi, numa nota para investidores, emitida antes da votação na Assembleia da República. 

(notícia actualizada às 11h20 com informação sobre a nota para investidores do Citi)

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