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Procura por obrigações perpétuas do BCP atingiu mais de 160% do montante da emissão

O BCP decidiu mesmo avançar com a emissão de dívida perpétua, tendo como objetivo colocar 400 milhões de euros em instrumentos de fundos próprios adicionais de nível 1 (AT1), que têm um nível de risco superior aos outros títulos de dívida subordinada. A operação arrancou esta quinta-feira e termina dia 31, e a procura atingiu mais de 160% do montante da emissão.

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O Banco Comercial Português fixou esta quinta-feira, 24 de janeiro, as condições de uma emissão de obrigações perpétuas, representativas de dívida subordinada que se pretende seja classificada como instrumento de fundos próprios adicionais de nível 1 ("Additional Tier 1"), informou a entidade financeira em comunicado à CMVM.

 

A emissão, no montante de 400 milhões de euros e sem prazo definido, tem opção de reembolso antecipado pelo banco a partir do final do 5.º ano e uma taxa de juro de 9,25% ao ano durante os primeiros 5 anos, estando prevista a sua liquidação para o próximo dia 31 de Janeiro, refere o mesmo documento, salientando que "a operação foi colocada num conjunto muito diversificado de investidores institucionais europeus".

 

Esta manhã a Bloomberg avançou que a operação tinha arrancado com uma taxa de juro indicativa de 9,5%. Assim, a taxa de cupão final de 9,25% representa uma descida ligeira de 25 pontos base.

 

"A procura, que atingiu mais de 160% do montante da emissão, e a celeridade com que a operação foi executada atestam a capacidade do Millennium bcp de aceder com sucesso aos diversos segmentos do mercado de capitais internacional", destaca o banco liderado por Miguel Maya no comunicado desta noite.

 

A emissão, a primeira deste tipo de instrumento denominada em euros realizada no mercado europeu em 2019, "insere-se na estratégia do Millennium bcp de reforço e diversificação dos elementos integrantes da sua base de capital, contribuindo de forma significativa para o reforço dos seus passivos elegíveis para cumprimento do requisito mínimo para os fundos próprios e passivos elegíveis (no acrónimo inglês MREL - Minimum Requirements for Own Funds and Eligible Liabilities) e para o fortalecimento da sua presença no mercado de capitais", conclui o documento.

O banco liderado por Miguel Maya tinha revelado na terça-feira que estava a preparar uma emissão de dívida subordinada perpétua para reforçar os rácios de capital, tendo para o efeito contratado vários bancos para explorar essa possibilidade. Para tal mandatou o "Millennium BCP, o Credit Suisse Securities, o JPMorgan e o UBS Investment Bank para organizarem um conjunto de reuniões com investidores qualificados em Lisboa, Londres e Paris, a terem lugar a 23 de janeiro".

 

O banco acabou por avançar com emissão, que está esta quinta-feira no mercado, isto depois de a EDP ter ontem colocado mil milhões de euros em títulos de dívida verde híbridos. Na mesma semana, duas das maiores cotadas nacionais estão a lançar emissões de dívida exótica, aproveitando o apetite dos investidores por Portugal.


Dívida de maior risco

A emissão de dívida AT1 para reforçar os rácios de capital, como a que o BCP está a realizar, é considerada mais arriscada, por ser a primeira a enfrentar perdas em caso de resolução da instituição. E é, por isso, tendencialmente mais cara para as instituições financeiras, dai que a taxa de juro que o BCP está a oferecer aos investidores esteja próxima dos dois dígitos.

Até setembro do ano passado, o BCP apresentava um rácio de capital Common Equity Tier 1 de 11,8%, o que representou um reforço face aos 11,7% no período homólogo. 

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