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Portugal volta às emissões de longo prazo na próxima semana

O instituto que gere a dívida pública portuguesa regressa ao mercado, na próxima semana. Serão realizadas duas emissões a cinco e dez anos.

Bruno Simão
04 de Maio de 2018 às 13:22
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A Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública (IGCP) anunciou, esta sexta-feira, que pretende obter até 1.250 milhões de euros em duas emissões de dívida, na próxima semana. As emissões terão maturidades de cinco e dez anos. A última vez que Portugal foi ao mercado foi há pouco mais de duas semanas. Será a primeira emissão desde que a Moody’s decidiu manter o "rating" da dívida portuguesa em "lixo".

"O IGCP vai realizar no próximo dia 9 de Maio pelas 10:30 horas dois leilões das OT com maturidade em 25 de Outubro de 2023 e 17 de Outubro de 2028, com um montante indicativo global entre 1.000 milhões de euros e 1.250 milhões de euros", refere o comunicado enviado pela entidade liderada por Cristina Casalinho.

A última vez que Portugal foi ao mercado foi a 18 de Abril. Nesta operação, Portugal emitiu 1.250 milhões de euros em títulos de dívida de curto prazo. Foram emitidos 300 milhões de euros em títulos que vencem em Julho de 2020, com uma taxa de -0,43%, um mínimo histórico. Na maturidade a 11 meses, o Tesouro colocou 950 milhões de euros em títulos que vencem em Março de 2022, com uma taxa de -0,389%, um valor ligeiramente acima do mínimo de -0,394% registado na operação anterior.

Na semana anterior, Portugal tinha realizado a segunda operação sindicada do ano. Conseguiu colocar 3.000 milhões de euros em dívida a 15 anos, com uma taxa de 2,325%. As ordens superaram os 16 mil milhões de euros, um valor que levou o instituto que gere a dívida portuguesa a aumentar o valor a emitir em 500 milhões de euros.

A operação a realizar na próxima semana será a primeira depois de a Moody’s, a 20 de Abril, ter decidido não se pronunciar sobre o "rating" português, que se manteve assim em ‘Ba1’, que é o primeiro nível de "junk", apesar de a perspectiva ("outlook") para a evolução da dívida ser positiva e a grande maioria dos analistas antecipar uma melhoria.

Esta sexta-feira, no mercado secundário, a taxa de juro das obrigações portuguesas a cinco anos sobe 2,3 pontos base para os 0,561%. Já no prazo de referência, a dez anos, a "yield" avança 1,7 pontos base para os 1,665%.

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