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IGCP quer continuar a fazer reembolsos antecipados ao FMI

Cristina Casalinho acredita que faz sentido continuar a reembolsar o FMI, ainda que a poupança com o pagamento de juros seja inferior nos novos pagamentos antecipados.

Miguel Baltasar
02 de Maio de 2018 às 13:43
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A presidente da agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública (IGCP) considera que, ainda que já tenha sido paga a tranche mais cara do empréstimo ao Fundo Monetário Internacional ( FMI), compensa continuar a pagar antecipadamente ao Fundo. Segundo Cristina Casalinho, além dos reembolsos, a estratégia do IGCP continua a ser estender maturidades, mas dentro do razoável.


Portugal já pagou mais de 80% do empréstimo ao FMI e a sua intenção é de continuar a reembolsar o Fundo. A falar no Parlamento esta quarta-feira, Cristina Casalinho adiantou que "compensa continuar a reembolsar o FMI", na medida em que "continua a ser mais caro do que emitir em maturidades idênticas".


Nesse sentido, a presidente do IGCP adiantou que "a proposta técnica que o IGCP submeteu à tutela é de iniciar negociações com os Estados-membros no sentido de autorizar nova amortização", prosseguindo assim a estratégia de reembolsos ao FMI. "Ainda há uma poupança óbvia
(com os reembolsos) e mais barata, do que comprar OT em 2019 ou 2020", acrescentou.


Ainda assim, paga a tranche mais cara do empréstimo, de agora em diante a poupança com o pagamento de juros através dos pagamentos antecipados será menor. O Estado português poupou 1,1 mil milhões de euros em juros, com os reembolsos realizados até agora.

Maturidades mais longas e custos menores

Na sua apresentação, Cristina Casalinho referiu ainda que a dívida portuguesa tem hoje "perfil mais alisado e mais bem comportado do que em 2016", bem como custos de financiamento mais baixos. "Em 2017 retomamos a tendência decrescente e acreditamos que este ano a tendência será reforçada não só em termos incrementais, mas também em termos médios", explicou aos deputados.

Cristina Casalinho reiterou que a intenção da agência que preside mantém-se de estender a maturidade da dívida portuguesa, actualmente de oito anos, mas só quando isso faça sentido. Ou seja, as taxas de mercado o justifiquem. "Continuamos a ter o interesse em estender a maturidade o mais possível, mas tendo em conta custos que são entendidos como razoáveis", justificou.

"Um dos objectivos é mitigar risco de refinanciamento", adiantou Casalinho. Contudo, a responsável lembrou que actualmente não existe uma vantagem em recomprar títulos que vencem a um ou dois anos, uma vez que Portugal consegue emitir a taxas negativas nestes prazos.

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