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IGCP: Reembolsos antecipados ao FMI geram poupança de 1,1 mil milhões

Portugal poupa 1,1 mil milhões de euros por ter reembolsado antecipadamente o Fundo Monetário Internacional, de acordo com o relatório anual do IGCP relativo a 2017.

Miguel Baltazar/Negócios
10 de Julho de 2018 às 20:34
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Pedir dinheiro emprestado ao Fundo Monetário Internacional (FMI) sai caro. De tal forma que os países tentam reembolsar a instituição liderada por Christine Lagarde mal possam. Portugal arrancou os reembolsos antecipados em 2015 e intensificou-os em 2017. De acordo com as contas do IGCP, essa estratégia resulta numa poupança acumulada de 1,1 mil milhões de euros. 

"Na prática, a substituição desta parcela do empréstimo do FMI por outra dívida de MLP (tendo em conta as emissões de OT e OTRV concretizadas nos doze meses anteriores à respectiva recompra) redundou numa poupança acumulada de juros de aproximadamente 1,1 mil milhões de euros", lê-se no relatório anual do IGCP relativo ao ano passado e que foi publicado esta terça-feira no site da agência que gere a dívida pública. 

Depois de conseguir a autorização das instituições europeias há um ano, Portugal amortizou 8,5 mil milhões de euros ao FMI, operação que ficou concluída em Janeiro deste ano. "Estas operações, permitiram não só suavizar o perfil de amortizações dos próximos anos, como reduzir substancialmente o custo médio da dívida pública, contribuindo para reduzir o risco de refinanciamento e para melhorar a percepção dos investidores relativamente ao risco de crédito de Portugal", explica a Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública. 

Na teoria, a poupança poderia ter sido de 2,4 mil milhões de euros, nas contas do IGCP, caso a agência liderada por Cristina Casalinho tivesse substituído o empréstimo do FMI por uma linha de obrigações do Tesouro com uma maturidade semelhante. "No entanto, o IGCP tem adoptado uma estratégia prudente de suavização atempada do perfil de amortizações, pelo que a maturidade média das emissões de dívida de MLP tem sido superior à maturidade média das tranches amortizadas do empréstimo do FMI", explica o mesmo relatório.

Ainda assim, ao optar por uma estratégia mais conservadora, o IGCP diz ter conseguido "uma poupança significativa, sobretudo tendo em conta a redução do risco de refinanciamento decorrente da extensão de maturidade implícita neste exercício". Recentemente, Cristina Casalinho assegurou aos deputados, no Parlamento, que quer continuar a fazer reembolsos antecipados ao FMI.

No mesmo relatório, o IGCP reforça a expectativa de que a Moody's suba ainda este ano o 'rating' de Portugal: "A última das principais agências de notação financeira a manter Portugal abaixo do nível de investimento (a Moody’s) reconheceu, ainda assim, os progressos alcançados, tendo melhorado a perspetiva de ‘estável’ para ‘positiva’, sendo expectável que possa decidir melhorar o rating no decorrer de 2018". Em Abril a agência de 'rating' teve uma oportunidade, mas não se pronunciou. A próxima oportunidade será em Outubro deste ano.
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