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Custo médio da dívida portuguesa cai pelo terceiro ano consecutivo para 3%

De acordo com os dados divulgados pelo IGCP, em 2017 o custo médio da dívida pública portuguesa recuou pelo terceiro ano consecutivo para 3%, um valor que é, pelo menos, o mais baixo desde 2010.

Pedro Elias/Negócios
05 de Janeiro de 2018 às 20:15
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O fardo relacionado com o custo da dívida portuguesa recuou em 2017 pelo terceiro ano seguido em termos médios, segundo pode verificar-se numa apresentação a investidores divulgada esta sexta-feira, 5 de Janeiro, pela Agência de Tesouraria e da Dívida Pública (IGCP).

 

A instituição responsável pela gestão da dívida lusa revela que o custo médio da dívida pública caiu no ano passado para 3% face aos 3,2% registados em 2016. Entre 2014 e 2015 já tinha caído de 3,6% para 3,4%. Confirma-se a tendência de queda dos encargos da República portuguesa para fazer face à dívida contraída.

 

De acordo com o documento produzido pelo IGCP com o objectivo de captar investidores verifica-se ainda que o custo médio de 3% de 2017 é o mais baixo pelo menos desde 2010. A última vez que este custo aumentou foi entre 2010 e 2011, de 3,5% para 4,1%.

 

Também o custo médio da dívida pública emitida ao longo de 2017 (2,6%) recuou face ao ano anterior (2,8%). Em 2016 havia sido registado um ligeiro aumento face ao custo médio de 2,7% obtido em 2015.

 

O IGCP destaca ainda a redução da dívida pública de 130,1% do PIB em 2016 para 126,2% em 2017, bem como a estimativa governamental de descida para 123,5% do produto em 2018. E explica que esta diminuição se deve à capacidade para gerar excedentes orçamentais primários aliada à já citada redução do custo relacionado com o pagamento de juros da dívida.

 

A contribuir para esta tendência continuam os pagamentos antecipados da dívida relativamente ao Fundo Monetário Internacional (FMI), com Portugal a beneficiar das taxas de juro mais baixas conseguidas no mercado secundário. Na maturidade a 10 anos, a "yield" tem estado abaixo de 2%, menos do que o juro pago por Itália para colocar obrigações neste prazo.

 

Depois da saída do procedimento por défices excessivos e do maior crescimento económico desde a entrada no euro, Portugal viu, em Setembro, a agência de notação financeira Standard & Poor’s retirar a classificação atribuída à dívida lusa de um nível considerado "lixo".

 

Esta decisão foi acompanhada já em Dezembro pela Fitch que subiu em dois níveis o "rating" da dívida lusa, ficando a Moody’s como a única das principais quatro agências a manter a classificação da dívida portuguesa como especulativa.

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