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Itália agrava juros, mas Portugal deverá pagar novo mínimo

Os custos para emitir dívida a 10 anos deverão fixar um novo mínimo, ainda que a crise em Itália tenha acelerado uma subida das taxas de juro na véspera do leilão.

Bruno Simão
Patrícia Abreu pabreu@negocios.pt 09 de Maio de 2018 às 07:15
Menos de duas semanas depois de a Moody’s ter mantido o "rating" num nível especulativo, Portugal regressa ao mercado de dívida de longo prazo. E o país deverá mesmo pagar um novo mínimo histórico para emitir títulos a 10 anos, apesar da instabilidade política em Itália ter estado a agravar as taxas de juro, na véspera do leilão.

A Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública (IGCP) tenta colocar, esta quarta-feira, entre 1.000 milhões de euros e 1.250 milhões de euros, em títulos com maturidade em 25 de Outubro de 2023 e 17 de Outubro de 2028. Tendo em conta as taxas de mercado, o Tesouro português deverá pagar cerca de 1,735% para vender dívida a dez anos, um juro inferior à "yield" mínima de 1,778% fixada no último leilão com a mesma maturidade, realizado em Março.

No prazo a cinco anos, a taxa deverá ser superior a 0,6%, um valor mais elevado do que o juro exigido na última emissão comparável (0,577%). "A incerteza em Itália está a pressionar Portugal também e pode limitar a procura [na operação desta quarta-feira]", realça Jens Peter Sørensen, analista do Danske Bank. O especialista permanece optimista para a dívida portuguesa, contudo, alerta que a crise transalpina pode limitar a procura, em comparação com as emissões anteriores.

Ainda assim, Filipe Silva espera que o leilão seja um "êxito". "Para um país como Portugal poder financiar-se a longo prazo a taxas historicamente baixas é o melhor que se pode desejar", destaca o especialista do Banco Carregosa.

O regresso da dívida portuguesa ao grau de investimento colocou as obrigações do tesouro nos principais índices de dívida e permitiu ao país ampliar a sua base de investidores. Segundo o IGCP, verifica-se um aumento da procura por parte de institucionais, como fundos de investimento. E os especialistas dizem que ainda há margem para compressão do prémio de risco face à Alemanha.
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