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Portugal emite 1.250 milhões com juros mais negativos

O Tesouro português conseguiu colocar títulos a três meses com uma taxa ainda mais negativa.

Bruno Simão
18 de Abril de 2018 às 11:06
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Portugal emitiu esta manhã 1.250 milhões de euros em títulos de dívida de curto prazo com taxas de juro cada vez mais negativas. O Tesouro conseguiu colocar o máximo pretendido, a beneficiar de uma forte procura por parte dos investidores.


O IGCP emitiu 300 milhões de euros em títulos que vencem em Julho de 2020, com uma taxa de -0,43%. Trata-se de um novo mínimo histórico. A última vez que Portugal colocou dívida a três meses foi em Fevereiro, tendo vendido os títulos com uma "yield" de -0,417%. A procura atingiu 930 milhões de euros, o que representa um rácio de 3,1 vezes a procura.


Na maturidade a 11 meses, o Tesouro colocou 950 milhões de euros em títulos que vencem em Março de 2022, com uma taxa de -0,389%, um valor ligeiramente acima do mínimo de -0,394% registado na operação de 21 de Abril. O rácio de oferta face à procura ficou em 1,79 vezes.


Para Filipe Silva, director da gestão de activos do Banco Carregosa, "as emissões correram bem e desde as últimas operações não houve mudanças nas condições. Até as taxas se mantiveram muito próximas das dos leilões anteriores". O especialista acrescenta ainda que "Portugal continua  a emitir dívida com taxas muito próximas das mais baixas de sempre, com a procura a manter-se elevada e sem qualquer dificuldade em recolher do mercado os montantes pretendidos".

O IGCP conseguiu, assim, colocar o máximo pretendido, 1.250 milhões de euros, numa semana em que os olhares dos investidores estão voltados para a decisão da Moody’s sobre o "rating" de Portugal, sendo que esta é actualmente a única agência de "rating" que avalia Portugal num nível especulativo. A entidade colocou o "outlook" de Portugal em positivo no passado mês de Setembro, o que significa que a agência tem até 12 a 18 meses após a melhoria de perspectiva para decidir se sobe ou não a sua avaliação para as obrigações nacionais.

Ainda que a agência tenha mais alguns meses para tomar uma decisão sobre a sua nota para a dívida do país, o mercado tem estado a antecipar uma melhoria do "rating" já esta sexta-feira, o que se está a reflectir nos juros. A taxa de referência a dez anos continua a renovar mínimos de 2015, a negociar nos 1,62%. Um bom momento que tem sido aproveitado pelo Tesouro para se financiar no mercado.

Na última semana, Portugal realizou a segunda operação sindicada do ano. Conseguiu colocar 3.000 milhões de euros em dívida a 15 anos, com uma taxa de 2,325%. As ordens a superarem os 16 mil milhões de euros, um valor que levou o instituto que gere a dívida portuguesa a aumentar o valor a emitir em 500 milhões de euros.

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