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Portugal emite dívida de curto prazo a taxas mais negativas. Procura aumenta

Portugal emitiu dívida a seis e a doze meses, tendo-se financiado em 1,25 mil milhões de euros, num duplo leilão. A procura mais do que duplicou a seis meses.

Pedro Elias/Negócios
18 de Setembro de 2019 às 10:43
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Esta quarta-feira, 18 de setembro, o IGCP foi ao mercado a realizar um duplo leilão de dívida de curto prazo, tendo angariado 1,25 mil milhões de euros. Portugal conseguiu taxas ainda mais negativas a seis e a doze meses e a procura aumentou face ao leilão anterior comparável.

Uma semana após o Banco Central Europeu ter anunciado um pacote de estímulos à economia da Zona Euro - incluindo um corte na taxa de depósitos -, a entidade que gere a dívida pública portuguesa conseguiu realizar mais uma emissão bem sucedida de títulos de dívida pública soberanos. O objetivo era angariar entre 1.250 milhões e 1.500 milhões de euros com maturidade a seis meses e a doze meses

A doze meses, o IGCP emitiu mil milhões de euros com um juro de -0,44% (compara com -0,43%), o que representa uma taxa mais negativa face ao último leilão semelhante realizado em julho. A procura foi duas vezes (compara com 1,64) superior à oferta, segundo os dados da Bloomberg.

Já a seis meses, a entidade liderada por Cristina Casalinho (na foto) emitiu 250 milhões de euros com um juro de -0,463% (compara com -0,454%), o que também representa uma taxa mais negativa face ao último leilão igual. A procura foi 4,7 vezes (compara com 1,94) superior à oferta, segundo os dados da Bloomberg.

Ambas as taxas de juro representam mínimos históricos nestes prazos. Apesar do montante angariado ter sido inferior aos 1,5 mil milhões de euros da emissão comparável de julho, a procura pelas obrigações soberanas de Portugal aumentou tanto a seis meses como a doze meses. No caso da emissão a seis meses (março de 2020), a procura mais do que duplicou. 

Na semana passada, o IGCP foi ao mercado emitir obrigações do Tesouro a 10 anos e conseguiu a taxa mais baixa de sempre (0,264%).

Já era expectável que Portugal fosse ao mercado financiar-se a taxas ainda mais negativas. Os juros têm estado em queda em todos os prazos, com especial destaque para os juros a dez anos, no mercado secundário. 

A contribuir para a melhoria das condições de financiamento de Portugal está também a decisão da Standard & Poor's de melhorar a perspetiva do rating para positiva, o que antecipa uma possível melhoria da notação financeira numa próxima decisão. Além disso, o retomar do programa de compra de ativos por parte do BCE - a começar a 1 de novembro com 20 mil milhões de euros por mês - também contribui para a queda dos custos de financiamento dos Estados-membros da Zona Euro.

Neste terceiro trimestre, o instituto tem previsto emitir obrigações do Tesouro e realizar três duplos leilões de bilhetes do Tesouro até um total de quatro mil milhões de euros.

(Notícia atualizada às 11h com mais informação)
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