A Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública (IGCP) concretizou esta quarta-feira, 5 de Dezembro, uma oferta de troca de dívida, conseguindo adiar o reembolso de duas linhas que chegavam à maturidade em 2020 e 2021.

O instituto comprou 1.036 milhões de euros em títulos de dívida que chegavam à maturidade em Junho de 2020 e mais 870 milhões de euros em obrigações que venciam em Abril de 2021.

Em troca ofereceu 1.565 milhões de euros em obrigações com maturidade em Outubro de 2023, mais 341 milhões de euros com obrigações que vencem em Abril de 2027.

O valor desta oferta de troca envolveu 1.906 milhões de euros, sendo este o montante que Portugal vai deixar de ter de pagar aos investidores em 2020 e 2021, pois o reembolso fica assim adiado para 2023 e 2027. Esta oferta de troca gerou mais interesse do que a última realizada em Dezembro do ano passado, que movimentou 1.039 milhões de euros. 

Esta foi a única oferta de troca deste ano e acontece numa altura em que os investidores continuam a mostra apetite pela dívida portuguesa, já que as emissões de dívida de longo prazo continuam a ser efectuadas com taxas abaixo de 2%.

O objectivo desta oferta de troca passou assim por aproveitar as baixas taxas de juro actuais para aliviar os reembolsos previstos para os próximos três anos. A nova dívida que foi emitida tem prazos de cinco e nove anos.

 
Em 2020, sem ter em conta esta oferta, Portugal tem de reembolsar os detentores de dívida num total de 10 mil milhões de euros, sendo que em 2021 o esforço financeiro sobe para mais de 16 mil milhões de euros. Ainda assim, 2019 será um ano mais pesado em termos de reembolsos: cerca de 20 mil milhões de euros.

A maturidade média da dívida portuguesa, excluindo os empréstimos da troika, tem estado estável nos últimos anos em redor de 6,5 anos.

(Notícia em actualizada com detalhes sobre a operação)