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Moody's sobe rating da TAP para quinto nível de lixo. "Outlook" passa para "positivo"
A companhia aérea mantém-se ainda assim cinco níveis abaixo de lixo. O "outlook" foi também revisto em alta para "positivo".
A agência norte-americana justifica esta revisão em alta do "rating" com a "sólida melhoria da rentabilidade operacional da empresa", desde o último pronunciamento da Moody’s sobre a TAP em abril do ano passado
"A TAP registou um forte desempenho operacional em 2022, apoiado pela sua base de clientes [do segmento de] viagens turísticas e pela sua exposição tanto à rota do Atlântico Norte como à rota brasileira", explicam os analistas.
A Moody’s refere ainda que também se verificou "uma melhoria nas métricas de crédito".
"A recuperação dos lucros e a injeção de capital material que a TAP recebeu do Governo português no âmbito do programa de reestruturação aprovado pela UE também levou a uma melhoria significativa das métricas de crédito da TAP", acrescenta a agência de notação financeira.
Para o resto deste ano, a Moody's espera que "a recuperação do tráfego de passageiros em 2023 continue a apoiar a melhoria do crédito da TAP", daí "o ‘outlook’ ter passado para positivo".
"Apesar de um ambiente económico fraco e de inflação", a Moody’s acredita que a recuperação do tráfego de passageiros deve continuar este ano.
Além disso, e em linha com o resto do setor, os analistas apontam para que a companhia continue a beneficiar de um "ambiente de preços robustos" que permitam refletir o aumento dos custos.
Para a Moody’s os preços dos bilhetes devem continuar a subir, alcançando um pico neste verão, ainda que "possa não ser totalmente equivalente aos preços praticados no terceiro trimestre do ano passado".
Além destes fatores, a revisão em alta do "rating" foi motivada pela "localização estratégica da empresa em Lisboa", onde a TAP, detém "uma forte quota de mercado, com limitações na capacidade".
A Moody’s destaca ainda "a estrutura de custos competitiva em comparação com outras companhias aéreas europeias" e o número de rotas que ligam a Europa ao Brasil, "com cinco rotas exclusivas".
Por outro lado, o "rating" da TAP é limitado pela "frota de pequena dimensão" e pela concentração das rotas "quando comparada com outras grandes companhias".
A pesar na classificação da companhia está ainda "a baixa rentabilidade registada antes da pandemia face aos seus pares", assim como "o fraco e volátil desempenho da operação mesmo depois da privatização em 2015" "a par do ‘free cash flow' negativo, pressionado pelas elevadas despesas relacionadas com o arrendamento".
(Notícia atualizada às 11:10).