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Juros da dívida portuguesa sobem pelo quarto dia
As taxas das obrigações portuguesas sobem 2,7 pontos base para 3,211% após a emissão sindicada de títulos a sete e 30 anos. O prémio de risco face à Alemanha está acima da fasquia dos 300 pontos.
Os investidores voltaram a aumentar, no mercado secundário, a taxa exigida para deterem obrigações portuguesas. A taxa dos títulos nacionais a dez anos sobe esta quinta-feira 2,7 pontos base para 3,211%. É a quarta subida consecutiva da "yield" portuguesa, tendência que também se verifica nas obrigações espanholas e italianas, mas com subidas de menor dimensão.
O agravamento das taxas portuguesas ocorre na semana em que o Estado voltou ao mercado para colocar 1,5 mil milhões de euros em obrigações com maturidade em Outubro de 2022 e em Fevereiro de 2045.
A operação sindicada, que ficou fechada na quarta-feira, teve uma participação elevada de investidores portugueses, que absorveram 26,7% da emissão. E ficou aquém do esperado por alguns analistas. "Estava à espera de um montante superior", referiu David Schnautz. O estratego do Commerzbank considera que "a oferta e a história em torno [do processo ao Banco de Portugal por causa] do Novo Banco ainda estarão a pesar".
A tendência de subida das taxas também se verifica nas obrigações de Espanha e Itália, se bem que numa dimensão menor. A "yield" italiana a dez anos aumenta esta quinta-feira 0,2 pontos base para 1,286%, a quarta sessão seguida de subida. A taxa espanhola também agravou nos últimos quatro dias. Esta quinta-feira aumenta 0,7 pontos base para 1,52%.
Ao contrário do que se verifica nos países da periferia, na Alemanha as taxas estão em queda. O juro das "bunds" a dez anos desce 0,6 pontos para 0,112%. Com este comportamento díspar, o prémio de risco da dívida nacional face à maior economia da Europa está a dilatar-se. Ascende a 310 pontos base, atingindo máximos desde 25 de Fevereiro.