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Juros da Grécia atingem mínimo histórico após melhoria da Fitch e receios com vírus

No mercado secundário, os juros da Grécia a dez anos estão a descer mais de 10 pontos base, beneficiando da melhoria do rating pela Fitch e os receios dos investidores relacionados com o coronavírus chinês.

Kyriakos Mitsotakis, primeiro-ministro grego. Reuters
27 de Janeiro de 2020 às 15:42
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A yield associada à dívida pública grega a dez anos está a aliviar esta segunda-feira, 27 de janeiro, para um novo mínimo histórico.

Neste momento, no mercado secundário de obrigações, os juros da Grécia descem 13,3 pontos base para os 1,146%, abaixo do mínimo de 1,15% alcançado em outubro do ano passado. Hoje a yield já esteve nos 1,137%, de acordo com os dados da Bloomberg. 

A descida dos juros no mercado obrigacionista é transversal aos soberanos europeus, mas é mais acentuado no caso de Itália - por causa da derrota da Liga de Matteo Salvini numas eleições regionais - e da Grécia. 

No caso grego, a queda dos juros a dez anos é justificada pela melhoria do rating decidida na passada sexta-feira, 24 de janeiro, pela Fitch Ratings.

A agência melhorou a notação financeira da República Helénica para "BB" - dois níveis abaixo da classificação de investimento não especulativo - e, além disso, melhorou a perspetiva de "estável" para "positiva", indicando que poderá continuar a melhorar o rating grego caso a dívida pública mantenha a tendência descendente. 

Esta queda da yield grega no mercado secundário ocorre num momento importante para o Governo dado que a agência que gere a dívida pública arrancou hoje com uma emissão sindicada a 15 anos (2035), com recurso à ajuda dos bancos. Caso haja muita procura, este poderá ser um sinal de confiança dos investidores na sustentabilidade da dívida grega, a maior da Zona Euro em percentagem do PIB (cerca de 180% do PIB em 2018).

Na sessão de hoje, a nível global, os investidores estão a refugiar-se em ativos mais seguros, como é o caso das obrigações soberanas, em detrimento de ativos com maior risco, como é o caso das ações, por causa dos receios relacionados com o impacto económico da propagação do coronavírus, com particular impacto nas empresas de turismo. Tanto na Europa como nos EUA, as bolsas registam perdas superiores a 1%. 

A dívida grega e italiana estão assim a ser ainda mais beneficiadas do que os pares europeus, com os ganhos a exceder a valorização da dívida pública norte-americana, alemã ou da divisa japonesa (iene), também considerada um ativo de refúgio.

Já em 2019 os dois países estiveram entre as obrigações soberanas com melhor desempenho na Europa. No entanto, as yields da dívida grega e italiana também subiram de forma ligeira recentemente durante os períodos em que os índices bolsistas atingiram máximos históricos.
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