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Juros da dívida grega atingem novo mínimo histórico

Os juros gregos aliviaram durante cinco sessões consecutivas, tendo atingindo novos mínimos históricos no prazo a dez anos.

20 de Setembro de 2019 às 18:33
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Se nos restantes países europeus as taxas remunertárias das obrigações não baixaram de forma significativa após o corte dos juros, na Grécia essa tendência de descida manteve-se e a "yield" a dez anos voltou a atingir mínimos históricos esta sexta-feira, 20 de setembro.

Foi na passada quinta-feira que o Banco Central Europeu (BCE) decidiu cortar a taxa de depósitos de -0,4% para os -0,5%. As descidas dos juros por parte do banco central têm reduzido os custos de financiamento da dívida dos Estados da Zona Euro na medida em que contribuem para a redução dos juros no mercado secundário e primário. 

Na Grécia, esse efeito só começou a sentir-se mais desde agosto de 2018, mês em que o país fez a "saída limpa" do programa de ajustamento da troika. Desde então, os juros já encolheram para menos de metade no mercado secundário.

Esta semana os juros gregos acumularam cinco sessões consecutivas de quedas, ou seja, estiveram a aliviar em todas as sessões. Neste momento, a "yield" da dívida a dez anos desce 3 pontos base para os 1,33%, o valor mais baixo de sempre.


Também a contribuir para esta tendência esta semana poderá estar o programa de 9 mil milhões de euros anunciado quarta-feira pelo novo Governo grego para ajudar a banca. O objetivo é acelerar a redução do malparado através de garantias estatais que envolvem a emissão de títulos de dívida.

Além disso, nos últimos meses, com o agravamento da disputa comercial entre os EUA e a China, a desaceleração da economia deu lugar ao risco de recessão, o que afastou cada vez mais os investidores de ativos de risco e os aproximou de ativos de refúgio, como as obrigações soberanas, cujo risco de incumprimento tende a ser inferior.

Recorde-se que o acordo alcançado no Eurogrupo que permitiu a "saída limpa" da Grécia, sem nenhum programa cautelar, incluiu uma tranche para os cofres gregos que reforçou a almofada financeira e ainda uma extensão de dez anos dos prazos de pagamento dos empréstimos. Estas duas medidas permitem melhorar a capacidade da Grécia de reembolsar a dívida nos próximos anos, afastando o cenário de incumprimento que esteve na mente dos investidores durante os anos da crise das dívidas soberanas da Zona Euro.

Ainda assim, o risco mantém-se: a dívida pública da Grécia corresponde a quase o dobro do PIB do país (181% em 2018), mantendo-se como a maior da Zona Euro.
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