Notícia
Juros da Grécia negoceiam abaixo dos 0,9%. Analistas não excluem que chegue aos 0%
Os juros a dez anos da dívida grega negociaram esta manhã abaixo dos 0,9% pela primeira vez. Os analistas consultados pela Bloomberg não excluem que a 'yield' baixe até aos 0%.
Acumulando oito sessões consecutivas de alívios, a 'yield' das obrigações gregas a 10 anos atingiu esta quinta-feira, 13 de fevereiro, os 0,897% no mercado secundário da dívida, de acordo com os dados da Bloomberg. Este é um novo mínimo histórico dos juros associados à dívida pública no prazo de referência (uma década). E há analistas que não excluem a hipótese de chegar aos 0%.
No pico da crise das dívidas soberanas, a 'yield' chegou a valores na ordem dos 45%. Neste momento, os juros da Grécia descem 2,3 pontos base para os 0,915%. A diferença abismal tem surpreendido até os mais otimistas. Além disso, este nível é alcançado ainda que a Grécia não seja abrangida pelo programa de compras de dívida pública do Banco Central Europeu (BCE) dado que não tem notação financeira de investimento por parte das agências de rating reconhecidas pelo BCE (Fitch, S&P, Moody's e DBRS).
O que está a levar a estas quedas? Desde logo, as perspetivas futuras da economia grega melhoraram: a dívida pública está a baixar, os excedentes orçamentais continuam e a Comissão Europeia antecipa que o PIB grego vai crescer 2,4% este ano, o dobro da média da Zona Euro (1,2%).
Mas o ponto essencial é, segundo a Bloomberg, com base na opinião de analistas, que os investidores estão sedentos de remunerações com obrigações soberanas e abriram a porta ao que há poucos anos era quase impensável: receber "pouco" para emprestar ao país com maior risco dentro da Zona Euro. Longe vão tempos em que a maioria dos investidores apostava na bancarrota grega.
Em 2019, as obrigações gregas já foram as "estrelas" da Zona Euro dada a margem de evolução que tinham, mas poderão ter ainda mais caminho a percorrer. Caso entrem no programa do BCE - que regressou no final do ano passado -, há analistas que antecipam uma aproximação aos 0%, consoante o quão longe o banco central for nas compras mensais.
"É difícil subestimar o quão desesperados os investidores ficam quando são confrontados com 'yields' negativas", alerta à Bloomberg o analista da Allianz Global Investors, Mike Riddell. Para o analista "tudo é possível se o BCE continua a dar mais açúcar às pessoas", isto é, se a instituição liderada por Christine Lagarde mantiver a compra de dívida pública durante um longo período ou até se aumentar o montante das aquisições mensais.
Já Russell Silberston, analista da Investec Asset Management, recorda que antes da crise financeira o "spread" entre as obrigações gregas a 10 anos e as obrigações alemãs no mesmo prazo era de apenas oito pontos base. Silberston não espera que se regresse a esse patamar, mas tal sugere que o atual "prémio" de 132 pontos base ainda tem margem para encolher. "Mesmo que [os juros gregos] cheguem a 0%, o spread continuaria a estar acima dos mínimos históricos", concretiza, assinalando, porém, que os mercados europeus estão a tornar-se cada vez mais distorcidos.
Contudo, nem tudo joga a favor da Grécia. As obrigações do país continuam a ser tratadas como ativos de risco dada a notação financeira de investimento especulativo ("lixo"), o que as torna mais expostas à mudança do sentimento dos investidores. E ainda tem muito a melhorar até chegar ao nível de investimento: na Fitch ainda precisa de duas subidas e na Moody's e Standard and Poor's são necessárias três subidas.
No pico da crise das dívidas soberanas, a 'yield' chegou a valores na ordem dos 45%. Neste momento, os juros da Grécia descem 2,3 pontos base para os 0,915%. A diferença abismal tem surpreendido até os mais otimistas. Além disso, este nível é alcançado ainda que a Grécia não seja abrangida pelo programa de compras de dívida pública do Banco Central Europeu (BCE) dado que não tem notação financeira de investimento por parte das agências de rating reconhecidas pelo BCE (Fitch, S&P, Moody's e DBRS).
Mas o ponto essencial é, segundo a Bloomberg, com base na opinião de analistas, que os investidores estão sedentos de remunerações com obrigações soberanas e abriram a porta ao que há poucos anos era quase impensável: receber "pouco" para emprestar ao país com maior risco dentro da Zona Euro. Longe vão tempos em que a maioria dos investidores apostava na bancarrota grega.
Em 2019, as obrigações gregas já foram as "estrelas" da Zona Euro dada a margem de evolução que tinham, mas poderão ter ainda mais caminho a percorrer. Caso entrem no programa do BCE - que regressou no final do ano passado -, há analistas que antecipam uma aproximação aos 0%, consoante o quão longe o banco central for nas compras mensais.
"É difícil subestimar o quão desesperados os investidores ficam quando são confrontados com 'yields' negativas", alerta à Bloomberg o analista da Allianz Global Investors, Mike Riddell. Para o analista "tudo é possível se o BCE continua a dar mais açúcar às pessoas", isto é, se a instituição liderada por Christine Lagarde mantiver a compra de dívida pública durante um longo período ou até se aumentar o montante das aquisições mensais.
Já Russell Silberston, analista da Investec Asset Management, recorda que antes da crise financeira o "spread" entre as obrigações gregas a 10 anos e as obrigações alemãs no mesmo prazo era de apenas oito pontos base. Silberston não espera que se regresse a esse patamar, mas tal sugere que o atual "prémio" de 132 pontos base ainda tem margem para encolher. "Mesmo que [os juros gregos] cheguem a 0%, o spread continuaria a estar acima dos mínimos históricos", concretiza, assinalando, porém, que os mercados europeus estão a tornar-se cada vez mais distorcidos.
Contudo, nem tudo joga a favor da Grécia. As obrigações do país continuam a ser tratadas como ativos de risco dada a notação financeira de investimento especulativo ("lixo"), o que as torna mais expostas à mudança do sentimento dos investidores. E ainda tem muito a melhorar até chegar ao nível de investimento: na Fitch ainda precisa de duas subidas e na Moody's e Standard and Poor's são necessárias três subidas.