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FMI: "Mercados emergentes devem preparar-se para restrições das condições financeiras globais"

O endividamento das empresas dos mercados emergentes disparou nos últimos anos, principalmente devido a factores externos. E esta evolução foi acompanhada por uma maior exposição cambial. Por isso, o FMI alerta para a a aproximação das restrições financeiras mundiais, que poderão espoletar uma onda de falências das empresas.

Reuters
29 de Setembro de 2015 às 14:30
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O endividamento das empresas não financeiras dos mercados emergentes quadruplicou nos últimos 10 anos. Uma evolução que espoletou os alarmes no Fundo Monetário Internacional (FMI), até porque está associada a uma maior exposição cambial. Por isso, a instituição liderada por Christine Lagarde (na foto) alerta que os mercados emergentes devem preparar-se para as restrições das condições financeiras. E devem monitorizar as empresas mais vulneráveis e de relevância sistémica.

"A dívida das empresas não financeiras das principais economias de mercados emergentes quadruplicou entre 2004 e 2014. Paralelamente, a composição dessa dívida evoluíu de empréstimos para obrigações", analisa o FMI, no mais recente Relatório da Estabilidade Financeira Global. A instituição salienta que a alavancagem passou de quatro biliões de dólares para mais de 18 biliões no período. Uma tendência que, "naturalmente, gera preocupação, pois muitas crises financeiras nos mercados emergentes foram precedidas por um rápido aumento da alavancagem".

O FMI aponta a subida do endividamento "foi maior nos sectores mais cíclicos e que a construção registou o maior crescimento", destacando ainda que "a maior alavancagem também está associada, em média, a um aumento da exposição cambial". Mas nesta evolução, a instituição aponta que os factores internacionais sobrepuseram-se às características das empresas e dos países. O FMI explica que este factor "indica que os mercados emergentes devem preparar-se para as implicações das restrições das condições financeiras globais".

Neste sentido, a instituição liderada por Christine Lagarde deixa vários avisos. "Primeiro, é fundamental monitorizar as empresas vulneráveis e de importância sistémica, bem como os bancos e outros sectores com os quais mantêm fortes vínculos". Uma monitorização que "exige melhores recolhas de dados sobre as finanças do sector empresarial, incluindo das suas exposições cambiais".

Além disso, nota o FMI, "políticas macro e microprudenciais poderiam ajudar a limitar uma nova acumulação de exposições cambiais nos balanços e limitar o aumento excessivo da alavancagem no sector empresarial". Sem esquecer a Reserva Federal dos EUA, a instituição conclui que, "à medida que as economias avançadas normalizam a política monetária, os mercados emergentes devem preparar-se para um maior número de falências de empresas, promovendo reformas nos regimes de insolvência empresarial sempre que necessário".

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