Notícia
Estado alemão vai estrear-se nas green bonds em 2020
O Governo alemão vai emitir obrigações verdes no próximo ano, estreando-se neste mercado onde já estão países europeus como França e a Polónia.
19 de Dezembro de 2019 às 13:51
A Alemanha vai avançar com a emissão de green bonds pela primeira vez no próximo ano, juntando-se a países como França e a Polónia no mercado de obrigações verdes. O anúncio foi feito esta quinta-feira, 19 de dezembro, pela agência alemã que gere a dívida pública, semelhante ao IGCP em Portugal.
Esta decisão ocorre numa altura em que o Governo alemão se comprometeu a aumentar os investimentos verdes para diminuir as emissões de dióxido de carbono. O Programa para a Proteção Climática, que deverá ser aprovado esta semana no Parlamento, prevê o investimento de 54 mil milhões de euros. Nos próximos 10 anos, o investimento poderá atingir os 270 milhões de euros de forma a que sejam cumpridos os objetivos do programa.
A procura por green bonds continua a aumentar, tornando ainda mais favoráveis os custos de emissões nesse tipo de dívida, mesmo que os emissores tenham de pagar a empresas terceiras para o processo de "compliance" onde são verificados e monitorizados os critérios que fazem do produto financeiro "verde".
O financiamento que vier das green bonds será diretamente para despesas com "um efeito ecológico-sustentável positivo", garantiu a agência que gere a dívida pública alemã. As receitas que venham a ser encaixadas com a emissão desta dívida serão usadas para o financiamento de projetos que ajudem a lutar contra as alterações climáticas.
Contudo, a agência não revelou qual será o montante de emissão destas obrigações verdes, esclarecendo apenas que estas estarão em linha com a maturidade e o cupão das obrigações "normais" e que não se traduzirão num aumento líquido da dívida pública.
O objetivo é ter um mercado de green bonds com liquidez na Zona Euro. "O Governo federal alemão quer ajudar o desenvolvimento dos mercados de finanças sustentáveis e em particular o segmento verde do mercado ao emitir obrigações soberanas verdes", escreve a agência em comunicado. Até ao momento, a emissão de obrigações verdes na Alemanha tem sido feita pelo banco de fomento KfW Group onde o Estado tem uma participação de 80%.
No total, o Governo alemão vai emitir 210 mil milhões de euros em obrigações (148) e bilhetes do Tesouro (62) no próximo ano, acima dos 196 mil milhões de euros que emitiu em 2019. Desse valor, 180 mil milhões de euros serão usados para amortizar dívida que já existe.
Portugal também quer emitir
O Governo português também já mostrou vontade, na legislatura anterior, de vir a emitir green bonds, mas ainda não concretizou essa ambição. Recentemente, em entrevista ao Jornal Económico, a presidente do IGCP, Cristina Casalinho, afirmou que "se Portugal se atrasar na emissão de ‘green bonds’ não será dramático".
Para Casalinho, até poderá ser inteligente esperar até que haja uma padronização a nível europeu, através da legislação sobre a taxonomia (sistema de classificação) verde que está a ser negociada nas instituições europeias, para Portugal emitir green bonds dado que assim se alinhava com os restantes países europeus. Até ao momento, os países que já avançaram com as obrigações verdes fizeram-no com critérios e estruturas diferentes.
Esta decisão ocorre numa altura em que o Governo alemão se comprometeu a aumentar os investimentos verdes para diminuir as emissões de dióxido de carbono. O Programa para a Proteção Climática, que deverá ser aprovado esta semana no Parlamento, prevê o investimento de 54 mil milhões de euros. Nos próximos 10 anos, o investimento poderá atingir os 270 milhões de euros de forma a que sejam cumpridos os objetivos do programa.
O financiamento que vier das green bonds será diretamente para despesas com "um efeito ecológico-sustentável positivo", garantiu a agência que gere a dívida pública alemã. As receitas que venham a ser encaixadas com a emissão desta dívida serão usadas para o financiamento de projetos que ajudem a lutar contra as alterações climáticas.
Contudo, a agência não revelou qual será o montante de emissão destas obrigações verdes, esclarecendo apenas que estas estarão em linha com a maturidade e o cupão das obrigações "normais" e que não se traduzirão num aumento líquido da dívida pública.
O objetivo é ter um mercado de green bonds com liquidez na Zona Euro. "O Governo federal alemão quer ajudar o desenvolvimento dos mercados de finanças sustentáveis e em particular o segmento verde do mercado ao emitir obrigações soberanas verdes", escreve a agência em comunicado. Até ao momento, a emissão de obrigações verdes na Alemanha tem sido feita pelo banco de fomento KfW Group onde o Estado tem uma participação de 80%.
No total, o Governo alemão vai emitir 210 mil milhões de euros em obrigações (148) e bilhetes do Tesouro (62) no próximo ano, acima dos 196 mil milhões de euros que emitiu em 2019. Desse valor, 180 mil milhões de euros serão usados para amortizar dívida que já existe.
Portugal também quer emitir
O Governo português também já mostrou vontade, na legislatura anterior, de vir a emitir green bonds, mas ainda não concretizou essa ambição. Recentemente, em entrevista ao Jornal Económico, a presidente do IGCP, Cristina Casalinho, afirmou que "se Portugal se atrasar na emissão de ‘green bonds’ não será dramático".
Para Casalinho, até poderá ser inteligente esperar até que haja uma padronização a nível europeu, através da legislação sobre a taxonomia (sistema de classificação) verde que está a ser negociada nas instituições europeias, para Portugal emitir green bonds dado que assim se alinhava com os restantes países europeus. Até ao momento, os países que já avançaram com as obrigações verdes fizeram-no com critérios e estruturas diferentes.