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Emissão obrigacionista do Sporting "congelada" à espera de estabilização na SAD
O Sporting frisou, na sexta-feira passada, que mantinha a intenção de avançar com a emissão obrigacionista de 15 milhões de euros que estava prevista para o final de Maio ou início de Junho.
O prospecto da emissão obrigacionista da SAD do Sporting não deverá ser aprovado enquanto se mantiver a instabilidade em torno do clube, apurou o Negócios. Isto significa que a operação ficará "congelada" até que haja sinais de estabilidade. A Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) apenas esclarece que está a analisar o processo.
A sucessão acelerada de desenvolvimentos em torno da SAD do Sporting está a ter impacto nos planos de avançar com uma emissão obrigacionista. Isto porque a instabilidade vivida no seio da SAD sportinguista deverá dificultar a aprovação do prospecto da emissão, sendo necessária alguma estabilidade para que se considere que há condições para avançar com a operação.
"A emissão do empréstimo obrigacionista encontra-se sujeita a autorização prévia da CMVM que implica também a aprovação de um prospecto. O emitente já entregou uma proposta de prospecto na CMVM", adiantou fonte oficial da CMVM ao Negócios. "Entretanto foram pedidos esclarecimentos adicionais sobre o mesmo à SAD do Sporting. É normal que o processo conducente à aprovação de um prospecto conheça várias interacções entre a CMVM e os emitentes, no caso em apreço convém ter em conta que têm ocorrido quase diariamente desenvolvimentos informativos em torno da sociedade emitente", acrescentou a mesma fonte.
A direcção do Sporting anunciou, na sexta-feira, que iria avançar com a emissão obrigacionista de 15 milhões de euros, originalmente prevista para finais de Maio ou início de Junho. No comunicado onde informou ter criado uma Comissão Transitória da Mesa da Assembleia Geral, substituindo a actual Mesa da Assembleia Geral, que se encontra demissionária, o Conselho Directivo do clube refere que as várias medidas deliberadas asseguram "o normal funcionamento do clube".
A direcção liderada por Bruno de Carvalho assegurava que, com estas medidas, garantia a "continuidade de processos como o empréstimo obrigacionista da SAD e a contratualização da reestruturação financeira".
Bruno de Carvalho já tinha, a 24 de Maio, referido que a convocatória de uma assembleia geral para destituir a direcção do clube colocava em causa o empréstimo obrigacionista, bem como a preparação da época, a contratação e venda de jogadores e a nova reestruturação financeira.
A emissão obrigacionista prevista para esta altura pela direcção do Sporting destinava-se a financiar a gestão de tesouraria e investimentos em estruturas, como a Academia Sporting, em Alcochete. Esta emissão, no valor de 15 milhões de euros, destina-se ao público em geral, tem uma maturidade de dois anos e meio e uma taxa de juro proposta de 6%.