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Comissão suspende direcção do Sporting, BdC apela à revolta dos sócios
A entidade fiscalizadora nomeada por Jaime Marta Soares decretou a suspensão do conselho directivo do clube, com efeitos imediatos, admitindo a "remoção coerciva". Bruno de Carvalho contesta "tomada de poder à força".
A comissão de fiscalização, nomeada pela Mesa da Assembleia Geral do Sporting Clube de Portugal (SCP), decretou esta quarta-feira, 13 de Junho, a "suspensão preventiva com efeitos imediatos" dos membros do conselho directivo do clube, liderado por Bruno de Carvalho.
"Esta comissão recebeu uma participação disciplinar [de um conjunto de associados] em que era requerida a suspensão da actividade do conselho directivo do SCP. Entendeu-se não haver necessidade de se instaurar procedimento de inquérito e partir-se de imediato para a suspensão preventiva e deduzir-se a competente nota de culpa, que seguiu esta manhã para os membros do CD. Esta suspensão tem efeitos imediatos", declarou a advogada Rita Garcia Pereira.
Numa publicação no Facebook, Bruno de Carvalho fala em "golpada" e em "tomada de poder à força" e apela à revolta dos associados. "É completamente ilegal tudo o que se está a passar. Os sócios têm de se revoltar perante esta tomada de poder! Quem manda no Clube são os sócios todos e não meia dúzia!", escreveu o líder leonino, que volta a falar aos jornalistas às 14h.
Em conferência de imprensa realizada esta manhã, o advogado António Paulo Santos – outro membro desta comissão constituída a 31 de Maio para exercer as funções que cabiam ao demissionário Conselho Fiscal e Disciplinar – explicou que "o teor dessa participação reunia matéria indiciária suficientemente forte para tomar esta decisão, por violação dos estatutos do SCP", detalhando que envolve a suspensão dos cargos, a proibição de entrada nas instalações do clube e que "qualquer acto tomado a partir daqui pelo conselho directivo será nulo e de nenhum efeito".
"No estrito respeito dos estatutos, a decisão tem efeitos imediatos. Esperamos que não seja necessário recorrer à via judicial e à remoção coerciva. Mas se for necessário é o que faremos", acrescentou Rita Garcia Pereira, em resposta às perguntas colocadas. O jornalista Henrique Monteiro, o professor de Finanças do ISEG, João Duque, e o professor e investigador do Instituto de Ciências Sociais (ICS) da Universidade de Lisboa, Luís de Sousa, completam esta comissão de fiscalização.
Os membros do conselho directivo têm agora dez dias úteis para exercer o contraditório e responder assim às imputações que lhes são dirigidas. Entretanto, sublinhou António Paulo Santos, compete à Mesa da Assembleia Geral, nos termos estatutários, nomear de imediato uma comissão de gestão "para que não se crie um vazio de gestão". "O SCP vai certamente continuar a funcionar", completou o advogado.
Questionado sobre a assembleia-geral ordinária que tinha sido convocada pelo próprio conselho directivo para o dia 17 de Junho – em contraponto com aquela que tinha sido convocada por Jaime Marta Soares para dia 23 –, o mesmo membro do conselho de fiscalização declarou que essa reunião "é nula e de nenhum efeito" por ter sido "convocada por um órgão incompetente". Falando em "usurpação de poderes", detalhou que "a Mesa da Assembleia Geral está em funcionamento e é o único órgão com legitimidade e capacidade jurídica para marcar uma assembleia-geral".
Notícia actualizada pela última vez às 13:08 com mais declarações dos membros da comissão de fiscalização