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Comissão suspende direcção do Sporting, BdC apela à revolta dos sócios

A entidade fiscalizadora nomeada por Jaime Marta Soares decretou a suspensão do conselho directivo do clube, com efeitos imediatos, admitindo a "remoção coerciva". Bruno de Carvalho contesta "tomada de poder à força".

Pedro Catarino/Correio da Manhã
António Larguesa alarguesa@negocios.pt 13 de Junho de 2018 às 12:43

A comissão de fiscalização, nomeada pela Mesa da Assembleia Geral do Sporting Clube de Portugal (SCP), decretou esta quarta-feira, 13 de Junho, a "suspensão preventiva com efeitos imediatos" dos membros do conselho directivo do clube, liderado por Bruno de Carvalho.

 

"Esta comissão recebeu uma participação disciplinar [de um conjunto de associados] em que era requerida a suspensão da actividade do conselho directivo do SCP. Entendeu-se não haver necessidade de se instaurar procedimento de inquérito e partir-se de imediato para a suspensão preventiva e deduzir-se a competente nota de culpa, que seguiu esta manhã para os membros do CD. Esta suspensão tem efeitos imediatos", declarou a advogada Rita Garcia Pereira.

Numa publicação no Facebook, Bruno de Carvalho fala em "golpada" e em "tomada de poder à força" e apela à revolta dos associados. "É completamente ilegal tudo o que se está a passar. Os sócios têm de se revoltar perante esta tomada de poder! Quem manda no Clube são os sócios todos e não meia dúzia!", escreveu o líder leonino, que volta a falar aos jornalistas às 14h.



Em conferência de imprensa realizada esta manhã, o advogado António Paulo Santos – outro membro desta comissão constituída a 31 de Maio para exercer as funções que cabiam ao demissionário Conselho Fiscal e Disciplinar – explicou que "o teor dessa participação reunia matéria indiciária suficientemente forte para tomar esta decisão, por violação dos estatutos do SCP", detalhando que envolve a suspensão dos cargos, a proibição de entrada nas instalações do clube e que "qualquer acto tomado a partir daqui pelo conselho directivo será nulo e de nenhum efeito".

 

"No estrito respeito dos estatutos, a decisão tem efeitos imediatos. Esperamos que não seja necessário recorrer à via judicial e à remoção coerciva. Mas se for necessário é o que faremos", acrescentou Rita Garcia Pereira, em resposta às perguntas colocadas. O jornalista Henrique Monteiro, o professor de Finanças do ISEG, João Duque, e o professor e investigador do Instituto de Ciências Sociais (ICS) da Universidade de Lisboa, Luís de Sousa, completam esta comissão de fiscalização.

Esperamos que não seja necessário recorrer à via judicial e à remoção coerciva. Mas se for necessário é o que faremos Rita Garcia Pereira, advogada e membro da comissão de fiscalização do SCP

Os membros do conselho directivo têm agora dez dias úteis para exercer o contraditório e responder assim às imputações que lhes são dirigidas. Entretanto, sublinhou António Paulo Santos, compete à Mesa da Assembleia Geral, nos termos estatutários, nomear de imediato uma comissão de gestão "para que não se crie um vazio de gestão". "O SCP vai certamente continuar a funcionar", completou o advogado.

 

Questionado sobre a assembleia-geral ordinária que tinha sido convocada pelo próprio conselho directivo para o dia 17 de Junho – em contraponto com aquela que tinha sido convocada por Jaime Marta Soares para dia 23 –, o mesmo membro do conselho de fiscalização declarou que essa reunião "é nula e de nenhum efeito" por ter sido "convocada por um órgão incompetente". Falando em "usurpação de poderes", detalhou que "a Mesa da Assembleia Geral está em funcionamento e é o único órgão com legitimidade e capacidade jurídica para marcar uma assembleia-geral".

Notícia actualizada pela última vez às 13:08 com mais declarações dos membros da comissão de fiscalização

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