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Eleições antecipadas em Itália fazem disparar juros da dívida
Os juros da dívida pública italiana estão a disparar no mercado secundário após a coligação de Governo ter entrado em rutura.
Os juros da dívida italiana a dez anos estão a subir 20,7 pontos base para os 1,739%, alcançando máximos de quase um mês. Esta é a reação dos mercados ao anúncio feito ontem por Matteo Salvini de que já não existe uma maioria para governar o país.
"Vamos imediatamente para o Parlamento formalizar que já não existe uma maioria [de Governo], como ficou evidente na votação da ligação de alta velocidade, e restituiremos rapidamente a palavra aos eleitores", disse ontem Salvini, líder da Liga (extrema-direita), um dos dois parceiros de coligação que formaram Governo há mais de um ano. A sua intenção é fazer um voto de confiança do Executivo, que provavelmente falhará.
Já ontem os juros da dívida italiana tinha subido no mercado secundário, ainda que de forma mais tímida, antecipando o cenário de eleições antecipadas.
Quando for confirmado, no Parlamento, o fim da maioria parlamentar, o primeiro-ministro Giuseppe Conte passará a chefiar um governo transitório até à realização de novas eleições. Depois de dissolvidas as duas câmaras, o presidente da República tem entre 45 e 70 dias para marcar novas eleições.
De acordo com o La Repubblica, o presidente italiano, Sergio Mattarella, está a ponderar o dia 23 de outubro para realizar as eleições antecipadas, mas o timing dependerá de quando for realizado o voto de confiança ao Governo no Parlamento que, atualmente, está fechado para férias. Salvini quer que os deputados reúnam já na próxima semana e eleições a 13 de outubro.