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Eleições antecipadas em Itália fazem disparar juros da dívida

Os juros da dívida pública italiana estão a disparar no mercado secundário após a coligação de Governo ter entrado em rutura.

09 de Agosto de 2019 às 07:58
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Os juros da dívida italiana a dez anos estão a subir 20,7 pontos base para os 1,739%, alcançando máximos de quase um mês. Esta é a reação dos mercados ao anúncio feito ontem por Matteo Salvini de que já não existe uma maioria para governar o país.

"Vamos imediatamente para o Parlamento formalizar que já não existe uma maioria [de Governo], como ficou evidente na votação da ligação de alta velocidade, e restituiremos rapidamente a palavra aos eleitores", disse ontem Salvini, líder da Liga (extrema-direita), um dos dois parceiros de coligação que formaram Governo há mais de um ano. A sua intenção é fazer um voto de confiança do Executivo, que provavelmente falhará. 

Além disso, Salvini criticou o 5 Estrelas (anti-sistema) pelas divergências na governação e afirmou que já não há maioria parlamentar que suporte o atual Executivo. Em reação, Luigi Di Maio, líder do 5 Estrelas, disse estar preparado para ir às urnas. 

Já ontem os juros da dívida italiana tinha subido no mercado secundário, ainda que de forma mais tímida, antecipando o cenário de eleições antecipadas. 


Quando for confirmado, no Parlamento, o fim da maioria parlamentar, o primeiro-ministro Giuseppe Conte passará a chefiar um governo transitório até à realização de novas eleições. Depois de dissolvidas as duas câmaras, o presidente da República tem entre 45 e 70 dias para marcar novas eleições.

De acordo com o La Repubblica, o presidente italiano, Sergio Mattarella, está a ponderar o dia 23 de outubro para realizar as eleições antecipadas, mas o timing dependerá de quando for realizado o voto de confiança ao Governo no Parlamento que, atualmente, está fechado para férias. Salvini quer que os deputados reúnam já na próxima semana e eleições a 13 de outubro.

No entanto, pode também haver um Governo de "garantia" composto por figuras não-partidárias de forma a resolver a crise de governação até à realização de eleições, avança o Corriere della Sera. Um dos principais pontos de tensão será o Orçamento do Estado para 2020, o qual será seguido de perto pelas instituições europeias depois de o orçamento de 2019 ter sido bastante polémico.

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