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'Defaults' na China a caminho de novo recorde em 2019

Só nos primeiros quatro meses deste ano, as empresas chinesas falharam o pagamento de cerca de 5,16 mil milhões de euros em obrigações, um valor 3,4 vezes superior ao do mesmo período do ano passado.

A moeda chinesa arrastou as bolsas de todo o mundo no Verão de 2015. Na madrugada de 10 para 11 de Agosto, o Banco Popular da China anunciou a maior desvalorização do yuan desde os anos 90, ao mesmo tempo que flexibilizava a cotação da sua divisa. A decisão fez tremer os mercados, uma vez que os investidores começaram a ter dúvidas sobre a real saúde da economia chinesa. A desvalorização foi entendida como um sinal de preocupante debilidade, como que numa tentativa de evitar que a sua desaceleração após um crescimento em torno de dois dígitos resultasse numa recessão.
Praticamente todo o mês de Agosto foi de queda nas bolsas, tendo a sessão de dia 24 sido apelidada de 'segunda-feira-negra', uma vez que se viveu 'mini-crash'. No dia seguinte, a China voltou a intervir para tentar travar a espiral de queda nos mercados e o banco central avançou com o quinto corte de juros desde Novembro de 2014, numa tentativa de estimular a economia. Resultou: as bolsas mundiais dispararam, a corrigirem da pior sessão em sete anos.
Reuters
08 de Maio de 2019 às 15:31
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2019 deverá marcar um novo recorde de ‘defaults’ no mercado de obrigações de 13 biliões de dólares da China, depois do forte aumento registado nos primeiros quatro meses do ano.

De acordo com dados da Bloomberg, de janeiro a abril, as empresas chinesas incumpriram o pagamento de 39,2 mil milhões de yuan (cerca de 5,16 mil milhões de euros) em obrigações, um valor 3,4 vezes superior ao do mesmo período do ano passado.

O montante é também mais do triplo do registado em 2016, ano em que os ‘defaults’ se concentraram mais na primeira metade do ano, ao contrário de 2018. Ao ritmo atual, 2019 marcará certamente um máximo de sempre.

Perante a deterioração das estimativas de crescimento, a China está a reforçar a pressão sobre os bancos para aumentarem o crédito ao setor privado, em especial às pequenas e médias empresas, o que representa um passo atrás na sua campanha de redução da alavancagem.

A última medida neste sentido surgiu precisamente esta segunda-feira, quando o governo anunciou um alívio nas exigências de capital para os bancos. Ao mesmo tempo, porém, o governo do presidente Xi Jinping também se tem focado no combate à banca sombra, onde as decisões de crédito são tomadas com menos supervisão regulatória e onde é mais fácil aumentar o nível de alavancagem.

Entre as cinco maiores "incumpridoras" contam-se o China Minsheng Investment Group, banco chinês fundado em 1996 e que esteve na corrida pelo Novo Banco.

De acordo com a Bloomberg, os investimentos do grupo, que vão desde a saúde à aviação, foram financiados em grande parte através de recursos obtidos no sistema bancário sombra. A empresa surpreendeu os investidores ao falhar um pagamento no final de janeiro, e outro no final de abril, que acabou por ser regularizado dois dias depois.

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