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Commerzbank: S&P pode subir perspectiva do "rating" de Portugal

Uma nova subida de "rating" parece difícil, mas os analistas do Commerzbank acreditam que a S&P pode melhorar a perspectiva ("outlook") da dívida de "estável" para "positiva".

António Pedro Santos/Lusa
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Foi precisamente há um ano que a Standard & Poor’s surpreendeu tudo e todos com a subida do "rating" da dívida portuguesa para BBB-, tornando-se assim a primeira agência de notação financeira a tirar Portugal no "lixo" depois do pedido de assistência financeira.

 

Hoje a mesma agência tem agendada nova revisão do "rating" de Portugal e o Commerzbank admite que há espaço para novas surpresas. Uma nova subida de "rating" parece difícil, mas os analistas do banco alemão acreditam que a S&P pode melhorar a perspectiva ("outlook") da dívida de "estável" para "positiva".

 

"Depois da surpresa de há um ano, parece prematuro um novo ‘upgrade’ dado que ainda estão em andamento as negociações para o Orçamento do Estado" de 2019, escreve o banco alemão na nota diária que enviou esta manhã aos clientes.

 

Mas se a subida do "rating" é um cenário remoto, a melhoria da perspectiva da notação já parece mais plausível. "Um ‘outlook’ positivo permanece uma possibilidade, tendo também em consideração a avaliação positiva divulgada pelo FMI esta semana", acrescenta o Commerzbank. Caso dê este passo, a S&P ficará mais perto de colocar o "rating" de Portugal em BBB (dois níveis acima de lixo).

 

No relatório feito ao abrigo do Artigo IV (de avaliação aos países que pertencem ao Fundo) e publicado esta quinta-feira, o FMI elogiou a consolidação orçamental em Portugal e destacou a evolução positiva da economia, apelando ao Governo português para ser mais ambicioso na meta do défice, que deverá ficar em 0,7% do PIB este ano.

 
Espaço para juros continuarem a descer

A decisão da S&P em retirar Portugal do lixo (que foi secundada pela Fitch três meses depois) teve um forte efeito nos juros da dívida portuguesa, que tombaram cerca de 100 pontos base no prazo de um ano, para negociarem abaixo de 1,9%.


A par da descida das "yields", Portugal tem estado a reduzir o diferencial face à Alemanha e face a outros países como Itália.

 

O Commerzbank vê espaço para um desempenho positivo nas obrigações soberanas portuguesas, sobretudo na comparação com os títulos de Espanha. 

 

Filipe Silva, do Banco Carregosa, também acredita que o ajuste nos juros de Portugal poderá ainda não estar concluído. "Pode haver margem para reduzir um pouco o ‘spread’ uma vez que Portugal é dos países que ainda paga mais pela dívida", argumenta. Já Jens Peter Sørensen defende que a taxa a dez anos pode baixar até 1,5%, num momento em que o analista-chefe do Danske Bank prevê que a Moody’s, a única que mantém as obrigações portuguesas em nível especulativo, melhore o "rating" em Outubro.

Apesar do Commerzbank admitir uma surpresa positiva na decisão da S&P esta sexta-feira, a maioria dos analistas aguarda que a agência deixe tudo na mesma.

 

Jens Peter Sørensen argumenta que "o défice está a melhorar e há uma melhoria ao nível da estabilidade financeira, mas consideramos que não é suficiente para uma melhoria de avaliação da S&P".

 

"Actualmente o défice para 2019 parece andar à volta de 0,2%, o que é baixo. Por isso, penso que a S&P vai esperar pelo próximo ano, que também é um ano de eleições em Portugal", disse ao Negócios o analista-chefe do Danske Bank.

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