Notícia
China anuncia perdão de juros da dívida de alguns países africanos
O Presidente chinês, Xi Jinping, anunciou esta quarta-feira que a China vai perdoar os juros da dívida de alguns países africanos que vençam até ao final do ano, prometendo maior apoio aos Estados mais afetados pela pandemia de covid-19.
17 de Junho de 2020 às 20:34
"A China irá cancelar a dívida de países africanos relevantes sob a forma de empréstimos governamentais sem juros que vençam até final de 2020", disse Xi Jinping.
O anúncio foi feito pelo chefe de Estado chinês durante uma cimeira extraordinária China-África de solidariedade contra a pandemia de covid-19, que decorreu hoje por videoconferência.
"Para os países africanos mais duramente atingidos pelo coronavírus e sob forte pressão financeira, a China trabalhará com a comunidade internacional para lhes dar um maior apoio, através de medidas como o prolongamento do período de suspensão da dívida, a fim de os ajudar a superar as atuais dificuldades", acrescentou o Presidente chinês.
Xi Jinping encorajou, por isso, as instituições financeiras chinesas a responderem à iniciativa dos países do G20 para a Suspensão do Serviço da Dívida (DSSI) aos países em desenvolvimento e a promoverem "consultas com os países africanos para acordos de concessão de empréstimos comerciais com garantias soberanas".
O chefe de Estado chinês instou ainda os países do G20 a "alargarem ainda mais a suspensão do serviço da dívida destes países, incluindo os de África".
"A China espera que a comunidade internacional, especialmente os países desenvolvidos e as instituições financeiras multilaterais, atuem de forma mais enérgica na redução e suspensão da dívida para África", acrescentou.
Por seu lado, o chefe de Estado da África do Sul e presidente em exercício da União Africana, Cyril Ramaphosa, apelou à China para que contribua para o esforço global de redução da dívida proposto pelos países africanos, que defende a suspensão do pagamento por dois anos e um plano de reestruturação da dívida pública e privada dos países.
"Para proporcionar liquidez adicional ao setor privado, África apelou a que a comunidade internacional disponibilize alguns direitos de saque especiais não utilizados de cerca de 100 mil milhões de dólares [cerca de 89 mil milhões de euros] para África", disse Ramaphosa.
"Instamos a China a apoiar e contribuir para este apelo ou a propor, com urgência, outras alternativas para o setor privado", acrescentou.
Durante a cimeira, foi lançada oficialmente a recém-criada Plataforma de Compras de Material Médico da União Africana, que visa proporcionar a todos os governos africanos o acesso a materiais e equipamentos médicos críticos no combate à pandemia.
África regista mais de 250.000 infeções confirmadas pelo novo coronavírus e cerca de 6.700 mortes.
"Embora o número de infeções em África seja atualmente inferior ao de outras partes do mundo, há uma expectativa de que o pior ainda está para vir, com consequências sociais e económicas terríveis", afirmou Ramaphosa.
Segundo o Presidente sul-africano, África "necessita urgentemente" de material médico, equipamentos de diagnóstico e instalações para isolar e colocar em quarentena os doentes, laboratórios, equipamento de proteção pessoal e ventiladores.
"Muitos países africanos compram bens com recursos obtidos em grande parte junto de agências multilaterais", observou Ramaphosa, pedindo à China que considere a possibilidade apoiar o fornecimento de material de diagnóstico e terapêutico por um prazo de pelo menos seis meses.
O presidente em exercício da União Africana considerou ainda que "a solidariedade sino-africana e uma melhor cooperação multilateral são fundamentais para vencer a batalha contra esta pandemia".
A cimeira foi proposta conjuntamente pela China, África do Sul, que detém a presidência rotativa da União Africana (UA), e Senegal, que copreside ao Fórum de Cooperação China-África.
No encontro virtual participaram membros da assembleia de chefes de Estado e de Governo da UA, os presidentes em exercício das principais organizações sub-regionais africanas e o presidente da Comissão da UA, Moussa Faki Mahamat.
O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, e o diretor-geral da Organização Mundial de Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, foram os convidados especiais.
A China tem sido um dos principais parceiros da União Africana na mobilização de materiais e equipamentos para a luta contra a pandemia no continente, tendo doado milhões de testes, máscaras e alguns ventiladores, nomeadamente através da fundação do empresário Jack Ma.
O anúncio foi feito pelo chefe de Estado chinês durante uma cimeira extraordinária China-África de solidariedade contra a pandemia de covid-19, que decorreu hoje por videoconferência.
Xi Jinping encorajou, por isso, as instituições financeiras chinesas a responderem à iniciativa dos países do G20 para a Suspensão do Serviço da Dívida (DSSI) aos países em desenvolvimento e a promoverem "consultas com os países africanos para acordos de concessão de empréstimos comerciais com garantias soberanas".
O chefe de Estado chinês instou ainda os países do G20 a "alargarem ainda mais a suspensão do serviço da dívida destes países, incluindo os de África".
"A China espera que a comunidade internacional, especialmente os países desenvolvidos e as instituições financeiras multilaterais, atuem de forma mais enérgica na redução e suspensão da dívida para África", acrescentou.
Por seu lado, o chefe de Estado da África do Sul e presidente em exercício da União Africana, Cyril Ramaphosa, apelou à China para que contribua para o esforço global de redução da dívida proposto pelos países africanos, que defende a suspensão do pagamento por dois anos e um plano de reestruturação da dívida pública e privada dos países.
"Para proporcionar liquidez adicional ao setor privado, África apelou a que a comunidade internacional disponibilize alguns direitos de saque especiais não utilizados de cerca de 100 mil milhões de dólares [cerca de 89 mil milhões de euros] para África", disse Ramaphosa.
"Instamos a China a apoiar e contribuir para este apelo ou a propor, com urgência, outras alternativas para o setor privado", acrescentou.
Durante a cimeira, foi lançada oficialmente a recém-criada Plataforma de Compras de Material Médico da União Africana, que visa proporcionar a todos os governos africanos o acesso a materiais e equipamentos médicos críticos no combate à pandemia.
África regista mais de 250.000 infeções confirmadas pelo novo coronavírus e cerca de 6.700 mortes.
"Embora o número de infeções em África seja atualmente inferior ao de outras partes do mundo, há uma expectativa de que o pior ainda está para vir, com consequências sociais e económicas terríveis", afirmou Ramaphosa.
Segundo o Presidente sul-africano, África "necessita urgentemente" de material médico, equipamentos de diagnóstico e instalações para isolar e colocar em quarentena os doentes, laboratórios, equipamento de proteção pessoal e ventiladores.
"Muitos países africanos compram bens com recursos obtidos em grande parte junto de agências multilaterais", observou Ramaphosa, pedindo à China que considere a possibilidade apoiar o fornecimento de material de diagnóstico e terapêutico por um prazo de pelo menos seis meses.
O presidente em exercício da União Africana considerou ainda que "a solidariedade sino-africana e uma melhor cooperação multilateral são fundamentais para vencer a batalha contra esta pandemia".
A cimeira foi proposta conjuntamente pela China, África do Sul, que detém a presidência rotativa da União Africana (UA), e Senegal, que copreside ao Fórum de Cooperação China-África.
No encontro virtual participaram membros da assembleia de chefes de Estado e de Governo da UA, os presidentes em exercício das principais organizações sub-regionais africanas e o presidente da Comissão da UA, Moussa Faki Mahamat.
O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, e o diretor-geral da Organização Mundial de Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, foram os convidados especiais.
A China tem sido um dos principais parceiros da União Africana na mobilização de materiais e equipamentos para a luta contra a pandemia no continente, tendo doado milhões de testes, máscaras e alguns ventiladores, nomeadamente através da fundação do empresário Jack Ma.